Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)

ID020 Estratégias de comunicação da evidência científica em saúde para gestores e população: Revisão de escopo

  • Rachel Riera,
  • Ana Luiza Cabrera Martimbianco,
  • Carolina de Oliveira Cruz Latorraca,
  • Davi Mamblona Marques Romão,
  • Jorge Otávio Maia Barreto,
  • Maria Lúcia Teixeira Machado,
  • Rafael Leite Pacheco,
  • Romeu Gomes,
  • Silvio Fernandes da Silva

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2024.v9.s1.p.31
Journal volume & issue
Vol. 9, no. s. 1

Abstract

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Introdução Como elemento subjacente à tradução do conhecimento em saúde, a comunicação dos resultados dos estudos científicos, dos efeitos de intervenções, das estimativas de riscos para a saúde, para além da compreensão dos conceitos-chave da epidemiologia clínica e da interpretação das evidências, representam um conjunto de necessidades essenciais para reduzir a lacuna entre a ciência e a prática clínica. O avanço dos meios digitais e sociais reformulou o conceito de comunicação em saúde, introduzindo plataformas de comunicação inovadoras e poderosas e vias de acesso entre pesquisadores, gestores e população. O objetivo deste estudo foi mapear e avaliar estratégias de comunicação da evidência científica em saúde para gestores e/ou população. Métodos Esta foi uma revisão de escopo, conduzida no Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde Hospital Sírio-Libanês (NATS-HSL) como uma das entregas do projeto Apoio à Formulação e Implementação de Políticas de Saúde Informadas por Evidências (ESPIE), no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). Buscas sistematizadas foram realizadas nas bases de dados eletrônicas Cochrane Library, Embase e MEDLINE e em outras fontes relevantes, por estudos, documentos ou relatórios publicados a partir do ano 2000, abordando estratégias para a comunicação de evidências científicas sobre saúde para gestores e / ou população. Resultados No total, 24.598 referências foram recuperadas pelas estratégias de busca, das quais 80 cumpriram os critérios de elegibilidade e relataram 78 estratégias diferentes. A maior parte das estratégias (i) focou na comunicação de riscos ou benefícios em saúde (29,5%), (ii) foi apresentada em formato de texto escrito (88,5%) e (iii) foi implementada e de alguma forma avaliada (52,6%). As estratégias que parecem apresentar algum benefício incluem: (i) sobre comunicação de riscos ou benefícios: melhor compreensão com frequências naturais do que porcentagens, melhor compreensão com risco absoluto do que risco relativo e número necessário para tratar, melhor compreensão com comunicação numérica do que nominal, melhor compreensão de mortalidade do que sobrevida; conteúdos de teor negativo ou de perdas parecem ser mais efetivos do que conteúdos positivos ou de ganho; (ii) sobre sínteses de evidências: os resumos para leigos das revisões da Cochrane foram considerados mais confiáveis, fáceis de encontrar e compreender, e mais adequados para apoiar decisões do que os resumos originais; (iii) ensino/aprendizagem: as estratégias da iniciativa Informed Health Choices parecem ser efetivas para promover e aprimorar as capacidades de pensamento crítico. Discussão e conclusões Os resultados apoiam tanto o processo de tradução do conhecimento, por meio do mapeamento de estratégias de comunicação com potencial de implementação imediata, como a investigações futuras, reconhecendo a necessidade de mensurar o impacto clínico e social de outras estratégias para apoiar as Políticas Informadas por Evidências. Estes achados podem constituir um instrumento valioso para apoiar a escolha de estratégias específicas para comunicar evidência sobre cuidados em saúde e promover a utilização do conhecimento científico na prática clínica e no processo de tomada de decisão.

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