Revista do Instituto Florestal (Jun 2022)

RIQUEZA E DIVERSIDADE FUNCIONAL DE MAMÍFEROS EM FRAGMENTOS URBANOS DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL NO SUDESTE DO BRASIL

  • Thiago Ribas Bella,
  • Paulo Roberto de Lima Bittencourt,
  • Eleonore Zulnara Freire Setz

DOI
https://doi.org/10.24278/2178-5031.202234107
Journal volume & issue
Vol. 34, no. 1

Abstract

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Uma das principais consequências da fragmentação florestal é a perda de aves e mamíferos de maior porte que são dispersores de sementes. A ausência desses dispersores pode levar à alteração da composição vegetal da floresta, com a substituição por espécies vegetais dispersas por animais de menor porte, ou mesmo por vento ou água. Os índices de diversidade mais comuns (e.g., riqueza) não quantificam essa complexidade, limitando a compreensão do processo. Para captar essa complexidade, estudamos a fragmentação florestal pelo ponto de vista do índice de diversidade funcional (DF) de mamíferos não-voadores em áreas de Mata Atlântica. Comparamos a DF conforme Petchey e Gaston (2002) a partir do levantamento de espécies e seus atributos tróficos em três áreas de tamanhos diferentes no sudeste do Brasil: Serra do Japi (35.400 ha), Ribeirão Cachoeira (230 ha) e pequenos fragmentos em Itatiba-SP (9 ha). Os resultados sugerem que a DF total e a riqueza estão positivamente relacionados ao tamanho das áreas, entretanto, parece haver um limite nessa relação quando observamos a DF total por número de espécies em cada fragmento. Além disso, a presença da espécie Leopardus guttulus em um fragmento muito menor que sua área de vida, contribui com a DF do local, reforçando a importância da conectividade entre fragmentos. Dessa forma, concluímos que tanto o tamanho do fragmento quanto sua conectividade exercem influência na DF, assim, devendo ser considerados como parâmetros fundamentais ao se pensar em políticas públicas para garantir a permanência das espécies atuais e seus serviços ecossistêmicos.

Keywords