Revista Portuguesa de Cardiologia (May 2013)

Eventos cardiovasculares major após intervenção coronária percutânea com balão eluidor de fármaco: Resultados a um ano de um registo prospetivo multicêntrico

  • Rita Calé,
  • Pedro Jerónimo Sousa,
  • Ernesto Pereira,
  • Pedro Araújo Gonçalves,
  • Sílvia Vitorino,
  • Hugo Vinhas,
  • Luís Raposo,
  • Cristina Martins,
  • Henrique Mesquita Gabriel,
  • Rui Campante Teles,
  • Manuel Sousa Almeida,
  • Hélder Pereira,
  • Miguel Mendes

Journal volume & issue
Vol. 32, no. 5
pp. 361 – 369

Abstract

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Resumo: Introdução e objetivos: A intervenção coronária percutânea (ICP) com balão eluidor de fármaco (DEB) tem vindo a ser utilizada no tratamento da reestenose intra-stent (RIS) e na doença coronária de pequenos vasos. O objetivo foi avaliar a eficácia clínica desta estratégia num registo multicêntrico. Métodos: Registo prospetivo de 2 centros com 156 doentes (dts) consecutivos incluídos, entre 2009 e 2010, submetidos a ICP com pelo menos um balão DEB. Definiu-se como endpoint primário a ocorrência combinada (MACE) de todas as causas de morte, EAM e revascularização da lesão alvo (TLR) a um ano de seguimento. Determinou-se os preditores independentes de prognóstico através da análise de regressão de Cox. Resultados: Foram tratadas 184 lesões com 206 DEB. O sucesso do procedimento foi obtido em 98% (150 dts). A um ano de seguimento, a sobrevida livre de endpoint composto ocorreu em 134 dts e foi de 86% (morte em 6%, EAM em 6% e TLR em 5%). Os preditores independentes de MACE foram a ICP na artéria descendente anterior (HR 2,81, 95% IC 1,21-6,51, p = 0,02) e história prévia de EAM (HR 3,46, 95% IC 1,35-8,84, p = 0,01). O diâmetro ou comprimento do DEB e a RIS não foram preditores de eventos. Conclusões: A ICP com DEB em dts do mundo real e neste cenário complexo de lesões é eficaz com baixa taxa de MACE a um ano de seguimento, incluindo TLR. Os resultados são igualmente bons se a intervenção é no contexto de RIS ou na doença coronária de novo. Abstract: Introduction and objectives: Percutaneous coronary intervention (PCI) with paclitaxel drug-eluting balloons (DEBs) is used mainly for treatment of in-stent restenosis (ISR) and small vessel disease. Our objective was to evaluate the clinical efficacy of this strategy in a multicenter registry. Methods: Between 2009 and 2010 a prospective registry from two centers enrolled 156 consecutive patients undergoing PCI with at least one DEB. A primary composite endpoint of major adverse cardiac events (MACE) (all-cause death, myocardial infarction [MI] and target lesion revascularization [TLR]) was assessed at one-year follow-up. Stepwise Cox regression was used to determine independent predictors of outcome. Results: DEBs (n=206) were used to treat 184 lesions. Procedural success was obtained in 98% of patients (n=150). At one-year follow-up, 86% (n=134) were free of the primary endpoint (6% death, 6% non-procedure related MI and 5% TLR). The independent predictors of MACE at one year were index PCI in the left anterior descending artery (HR 2.81, 95% CI 1.21-6.51; p=0.02) and a history of MI (HR 3.46, 95% CI 1.35-8.84; p=0.01). ISR and DEB diameter or length were not predictors of events. Conclusions: PCI with DEBs in real-world patients with complex lesions is effective, with a low rate of MACE, including TLR, at one-year follow-up. The results are equally good whether the intervention is for ISR or for native coronary disease. Palavras-chave: Balão eluidor de fármaco, Doença coronária dos pequenos vasos, Reestenose intra-stent, Keywords: Drug-eluting balloon, Small coronary vessel disease, In-stent restenosis