Bionorte (Aug 2024)
Ocorrência de casos de dengue no município de Mamonas, Minas Gerais
Abstract
Objetivo: evidenciar os efeitos neuropsicológicos do uso recreativo de cannabis durante a puberdade, com foco no desenvolvimento de esquizofrenia em adolescentes usuários. Materiais e Métodos: revisão literária, de análise qualitativa, corte transversal, realizada nos bancos de dados da Pubmed, BVS e UPtoDate, utilizando os descritores ‘’cannabis’’, ‘’tetrahydrocannabinol’’, “schizophrenia’’, “teenagers’’ e ‘’adolescent’’. Foram selecionados 48 trabalhos, porém incorporados nesta análise apenas 08. Incluídas pesquisas realizadas entre 2019 e 2023 que contemplassem a relação: cannabis e adolescência. Excluídos trabalhos com viés de resultados, análises inconclusivas e período de publicação incompatível. Resultados: a cannabis é a 4ª substância psicoativa mais utilizada no mundo e contempla elevado número de pessoas com esquizofrenia relacionada ao seu uso desordenado. Seu consumo é prevalente em indivíduos menores de 30 anos e associado diretamente aos primeiros episódios de esquizofrenia nos consumidores. Observado o aumento de 3-4 vezes na possibilidade de desenvolver o espectro da desordem da esquizofrenia, quando comparados a não usuários. Estudo envolvendo 3040 pacientes com psicose induzida por cannabis revelou transição para esquizofrenia em 34% dos envolvidos. Outra pesquisa com 1492 indivíduos diagnosticados com psicose induzida por cannabis durante 20 anos, revelou que 41% dos indivíduos convergiram para um diagnóstico de esquizofrenia, sendo 50% dos homens em ± 2,0 anos e 50% das mulheres em ± 4,4 anos. Identificados, ainda, níveis alterados de anandamida endocanabinóide, regulados pela enzima amida hidrolase de ácidos graxos, altamente expressa em regiões cerebrais que modulam respostas moleculares e comportamentais. Conclusão: a utilização desordenada de cannabis na adolescência relaciona-se diretamente com o desenvolvimento futuro de esquizofrenia, pois a via mesolímbica dopaminérgica, regulada pelo sistema canabinoide endógeno, sofre alterações em seu neurodesenvolvimento durante a puberdade. Fazem-se ainda, necessárias novas pesquisas que investiguem essas alterações e contribuam de forma efetiva para a ciência e melhoria da saúde pública.