Revista +E (Dec 2019)

Pesquisa, extensão e invisibilidades sociais: reflexões sobre ausências e emergências a partir da Geografia brasileira

  • Cristiano Quaresma de Paula

DOI
https://doi.org/10.14409/extension.v9i11.jul-dic.8676
Journal volume & issue
Vol. 9, no. 11

Abstract

Read online

Em diálogo com Boaventura de Sousa Santos, avalia-se que, na ciência moderna, as presenças de sujeitos, e por conseguinte dos seus territórios, são mais restritas do que as ausências. Ao concluir a tese “Geografia(s) da pesca artesanal brasileira”, verificou-se que as invisibilidades sociais, no caso dos pescadores, frequentemente são produzidas ou reafirmadas nas ciências. Estas geografias das ausências, ganham operacionalidade pela adoção dos paradigmas que viabilizam a modernização do território. A produção de dissertações e teses tem promovido o enfrentamento das ausências na pesquisa, contudo o papel da extensão universitária ainda tem sido restrito. As ausências são produzidas por meio de paradigmas que defendem o conhecimento científico como saber único, o tempo como uma reta linear, hierarquias entre grupos e territórios, o global como escala dominante, e o produtivismo como critério inquestionável. No entanto, a promoção de geografias das emergências ocorre quando se evidencia contextos sociais de recuperação da autonomia nos territórios tradicionais, defendem-se os diversos saberes, as multitemporalidades, as diferenças, a escala local (do território) e formas tradicionais de produção. Diante disso, o artigo apresenta reflexões sobre o papel da ciência, destacando da extensão universitária, no enfrentamento às invisibilidades sociais, destacando os estudos sobre pesca artesanal na Geografia brasileira, mas que não se limita a estes, no movimento de superação das ausências e promoção de emergências.

Keywords