Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (Mar 2019)
Avaliação das notificações de eventos adversos a medicamentos de um hospital de Picos - Piauí
Abstract
Objetivos: avaliar os medicamentos envolvidos em eventos adversos notificados através do Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária pelos profissionais de saúde em hospital regional da cidade de Picos-PI; relatar um caso específico de notificação; e demonstrar a importância do uso de ferramentas farmacoepidemiológicas (Algoritmo de Naranjo). Métodos: realizou-se um estudo descritivo documental que monitorou as notificações de eventos adversos a medicamentos realizadas no hospital durante no período de janeiro de 2009 a setembro de 2011. Os dados foram analisados, e os medicamentos que promoveram mais eventos adversos, quantificados. Através do teste χ² de associação, determinou-se a correlação entre os três medicamentos com mais notificações e os eventos notificados para cada um deles. Relatou-se um caso do medicamento com maior número de notificações e utilizou-se o Algoritmo de Naranjo para confirmar o evento adverso no caso. Resultados: carbamazepina (14,81%), diazepam (11,11%) e fluoxetina (9,26%) foram os medicamentos com maior frequência de notificações. Sonolência (11%), diarreia (6%), cefaleia (5%), insônia (5%) e vômitos (5%) foram as reações mais frequentes. Das 54 fichas avaliadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, todas foram consideradas reações adversas. No estudo de caso específico, o paciente que fora prescrito carbamazepina e clonazepam apresentou prurido, edema e espessamento cutâneo. De acordo com a avaliação da Agência, possivelmente a carbamazepina foi o responsável pela reação adversa (reação do tipo B/ inesperada). Utilizando-se o algoritmo de Naranjo confirmou-se a possibilidade (quanto à causalidade) da reação adversa. Conclusão: o exercício da notificação de toda e qualquer suspeita de evento adverso a medicamento deve se destacar como importante ferramenta da farmacovigilância, sendo necessária a participação mais ativa e integrada por parte dos profissionais. No caso específico relatado, percebe-se que o uso de algoritmos auxilia na prática da farmacovigilância.