Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

METAGENÔMICA RNA EM AMOSTRAS DE LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO: RESULTADOS DE UM LABORATÓRIO PRIVADO NA CIDADE DE SÃO PAULO

  • Roberta Cardoso Petroni,
  • Anelisie da Silva Santos,
  • Marcio Anunciação Menezes,
  • Ana Paula Moreira Salles,
  • Alexandre Hideaki Takara,
  • Fernanda de Mello Malta,
  • Deyvid Emanuel Amgarten,
  • Raquel Riyuzo de Almeida Franco,
  • Andrea Ap. Rocco Villarinho,
  • Rubia Anita Ferraz Santana,
  • Andre Mario Doi,
  • Gustavo Bruniera Peres Fernandes,
  • João Renato Rebello Pinho

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102199

Abstract

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Introdução: O teste de metagenômica RNA em amostras de líquido cefaloraquidiano (LCR) foi recentemente incorporado no laboratório clínico e vem ganhando força como uma ferramenta diagnóstica importante na prática médica. A técnica realiza a pesquisa e genotipagem do material genético (RNA) de patógenos presentes nas amostras através de amplificação randômica seguido de sequenciamento de nova geração (NGS) e análise bioinformática. Métodos: Levantamento dos resultados de 102 exames realizados no período de janeiro de 2020 a agosto de 2021, consultando os laudos no sistema informatizado da Instituição. Os dados foram avaliados quanto a positividade e patógenos detectados. Resultados: Observamos uma taxa de positividade no teste de 11% no período, sendo o HIV1 o vírus mais frequentemente encontrado. A técnica permite também identificar outros patógenos através da detecção do RNA mensageiro de vírus DNA, bactérias, fungos, protozoários e helmintos, que são liberados como achados incidentais. Esses outros patógenos foram encontrados em 5,89% dos pacientes testados. Em um desses casos, foi encontrado material genético do patógeno Spirometra erinaceieuropaei, um parasita de humanos e animais domésticos da classe Cestoda. Há relatos na literatura de que este organismo pode causar a doença infecciosa conhecida como Esparganose em sistema nervoso central (SNC). Conclusão: O diagnóstico de infecções virais muitas vezes é dificultado pela elevada diversidade genética dos vírus e também pelo surgimento de novos patógenos que não são detectados por métodos tradicionais de sorologia ou moleculares via PCR. Sendo assim, essa nova metodologia auxilia a conduta clínica nesses pacientes com quadros inespecíficos e cada vez mais vem ganhando espaço na prática médica.