Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (Jul 2020)

Critérios de qualidade em exames endoscópicos: qual a relevância para os médicos de medicina geral e familiar?

  • Mariana Carvalho Barreto,
  • Nuno Almeida,
  • Joana Sousa,
  • Rafael Henriques,
  • Rui Grandão,
  • Ana Maria Fagundo,
  • Beatriz Rosendo Silva,
  • Pedro Augusto Simões,
  • Catarina Correia

DOI
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i3.12641
Journal volume & issue
Vol. 36, no. 3

Abstract

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Introdução:A sintomatologia gastrointestinal é um motivo frequente de consulta nos cuidados de saúde primários. Para melhor esclarecimento de determinadas queixas gastrointestinais pode ser necessário o pedido de exames endoscópicos. Os relatórios destes devem cumprir critérios de qualidade definidos em recomendações internacionais. Estudos anteriores concluíram que muitos relatórios ainda são redigidos de forma incompleta. Objetivos:Avaliar qual a relevância que os médicos de Medicina Geral e Familiar (MGF) atribuem aos critérios de qualidade exigidos em relatórios de exames endoscópicos. Métodos:Estudo multicêntrico, transversal, envolvendo médicos especialistas e internos de MGF de Portugal que aceitaram participar no estudo. Dados recolhidos através do preenchimento de um questionário em plataforma digital (googleforms®), disponível de 1 de dezembro de 2018 a 28 de fevereiro de 2019. Variáveis: idade, sexo, local de trabalho, região onde trabalham, categoria profissional, local de realização do exame, critérios de qualidade de endoscopia digestiva alta e de colonoscopia. A análise de dados foi executada com recurso ao SPSS®, usando estatística descritiva e inferencial (X2, Mann-Whitney, Kruskal-Wallis). Aprovado pela Comissão de Ética da ARS Centro. Resultados:110 respostas foram consideradas válidas: 74,5% sexo feminino, média etária 32,4±7,4 anos, 77% internos de MGF, 76,4% trabalhavam numa unidade de saúde familiar, com participantes de 5 ARS e Açores. Em 95,5% dos casos os exames foram realizados em entidades privadas, sendo a opinião sobre a oferta aceitável (3,7 ± 1,0 (escala 1-5)). Há diferenças estatisticamente significativas entre o grupo profissional e referência ao endoscópio (p=0,015), referência ao colonoscópio (p=0,021), importância da conclusão (p=0,047) e qualidade dos relatórios de endoscopia (p=0,010). Discussão: Como participante ativo no processo diagnóstico e seguimento dos doentes, cabe também ao médico de família analisar a qualidade do relatório de um exame endoscópico. Como limitações do estudo identificamos a existência de uma amostra pequena e a utilização de um questionário não validado.

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