Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Dec 2009)
Aplicações das dosagens de inibinas em Ginecologia e Obstetrícia Clinical usefulness of inhibin assays in Gynecology and Obstetrics
Abstract
Na mulher, a principal fonte de inibina B são as células da granulosa de folículos em crescimento, enquanto a inibina A é secretada principalmente pelo corpo lúteo e pela placenta. Em mulheres inférteis submetidas a terapias de reprodução assistida, a inibina B se mostrou útil para predizer má resposta ovulatória, embora não tenha superado o desempenho de outros marcadores. No rastreamento pré-natal da síndrome de Down, a utilidade da inibina A foi repetidamente confirmada no segundo trimestre e começa a ser considerada também na bateria de testes do primeiro trimestre. Além das duas aplicações acima, a dosagem de inibina total pode contribuir para a identificação de casos de insuficiência ovariana autoimune. A inibina total também pode ser um marcador auxiliar no diagnóstico de tumores epiteliais do ovário, enquanto a dosagem de inibina B auxilia no diagnóstico de tumores de células da granulosa. O uso da inibina A pode se estender à avaliação de gestantes com ameaça de abortamento, com história de abortamento de repetição, com risco aumentado de pré-eclâmpsia, ou ainda nos primeiros dias de seguimento pós-esvaziamento de mola hidatiforme. Todas essas aplicações continuam em estudo, mas com possibilidade real de virem a ampliar o espectro diagnóstico das dosagens de inibinas em Ginecologia e Obstetrícia.The main source of inhibin B in women is the growing follicle granulosa cells, while inhibin A is mainly produced by the corpus luteum and the placenta. In infertile women submitted to therapies of assisted reproduction, inhibin B has shown to be useful to predict a poor ovulatory response, though it has not yet overcome the performance of other markers. In the pre-natal screening of the Down syndrome, inhibin A has been repeatedly confirmed as useful in the second trimester and has also started to be considered in the first trimester test battery. Besides the two applications above, the dosage of total inhibin may contribute to the identification of cases of autoimmune ovarian insufficiency. Total inhibin may also be an auxiliary marker in the diagnosis of ovarian epithelial tumors, while the amount of inhibin B helps in the diagnosis of granulosa cells tumors. The use of inhibin A may be extended to the evaluation of pregnant women with risk of abortion, with a history of repeated abortion, with increased risk of pre-eclampsia, or even in the first days of follow-up of hydatiform mole post-emptying. All those applications are still under study, but with a real possibility of helping to extend the diagnostic spectrum of inhibin dosage in Gynecology and Obstetrics.
Keywords