Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Jan 2023)

Análise de prescrições com polifármacos para hipertensos e o perfil epidemiológico de uma Unidade Básica de Saúde da Família de Maceió

  • Dilcy Morgana Barros Maciel Cabral Davino ,
  • Sabrina Ambrósio Souza

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2018.v3.s1.p.18
Journal volume & issue
Vol. 3, no. s.1

Abstract

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Introdução: As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de mortalidade no Brasil, um terço desses óbitos acometem adultos na faixa etária de 35 a 64 anos e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) faz parte desse quadro de morbimortalidade e com envelhecimento do indivíduo há o aumento do consumo de medicamentos. A polifarmácia é definida como o uso de cinco ou mais medicamentos e apesar de não ser um problema atual, aumentou de modo significativo nos últimos anos. Os pacientes da Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Dídimo Otto Kummer, localizado no VI distrito sanitário da periferia da capital Maceió/AL, pertencem à comunidade Carminha que é bastante carente, e observa-se condições precárias de saúde,segurança, educação e lazer. Objetivo: Evidenciar a polifarmácia em prescrições para hipertensos, relatando que pode existir a possibilidade de interferir na adesão do tratamento da hipertensão. Materiais e Métodos: Foi realizado um estudo transversal através de amostra de pacientes com idades compreendidas entre 35 e 75 anos, em sua grande maioria, residentes da comunidade, de acordo com o sistema de registro da UBSF. Os dados foram coletados retrospectivamente pela equipe PRO/PET Saúde, a partir de 118 prescrições médicas dos meses de janeiro a março de 2014 e prontuários de acordo com as seguintes variáveis: diagnóstico, sexo, ingestão regular de bebidas alcoólicas e tabagismo, renda, escolaridade, e opinião sobre a inclusão no território de um aterro sanitário. Resultados: Da população de mais de 7,5 mil moradores da comunidade Carminha, 228 foram diagnosticados com problemas hipertensivos, destes com 72,8% de mulheres e 18,8% fazem tratamento para diabetes e hipertensão. A partir das 118 prescrições médicas analisadas no período de janeiro a março desse ano, constatou-se que 47 são consideradas polifarmácia, e destas, 40 foram prescritas para pacientes do sexo feminino. Verificou-se que 26 são tratados com 5 medicamentos; 12 pacientes com 6; 6 pacientes com 7; e 3 pacientes com 8. Conclusão: A prescrição medicamentosa de diversas patologias concomitante ao tratamento anti-hipertensivo, com maioria de pacientes idosos, necessita de uma avaliação terapêutica mais rigorosa frente as possíveis interações medicamento-medicamento/medicamento-alimento e fatores de riscos podem afetar consideravelmente a adesão ao tratamento dos hipertensos.