Debates em Psiquiatria (Jan 2023)

Duzentos anos da proclamação da Independência do Brasil e alguns traços da personalidade e comportamento de D. Pedro I

  • Leonardo Ferreira Caixeta,
  • Josimar Oliveira Silva

DOI
https://doi.org/10.25118/2763-9037.2023.v13.402
Journal volume & issue
Vol. 13

Abstract

Read online

Introdução: Há exatos 200 anos da Proclamação da Independência do Brasil, pouco se sabe sobre o contexto psicopatológico que pode ter influenciado a tomada de decisões do jovem imperador D. Pedro I e que culminou nesse importante marco da história nacional. Método: Revisão narrativa baseada em fontes secundárias. Resultados: A morbidade psiquiátrica era altíssima nos antepassados de D. Pedro I, tanto pelo lado materno quanto paterno, fenômeno favorecido pelas altas taxas de casamentos consanguíneos estimulados no âmbito da realeza. Parece evidente a presença de uma temperamentopatia no caso de D. Pedro I. Seu temperamento patológico era caracterizado por: explosividade, impulsividade, irritabilidade, inflexibilidade. Resta saber se esse temperamento resultou predominantemente de contribuições genéticas (paternas e maternas), ou se devido ao transtorno orgânico cerebral associado à epilepsia. Conclusões: A alta prevalência de consanguinidade e doença mental na monarquia portuguesa provavelmente contribuiu para seu histórico de saúde mental. O temperamento patológico de D. Pedro I e seu transtorno de personalidade orgânico associado à epilepsia exerceram grande influência sobre a construção política, histórica, e territorial brasileira.

Keywords