Revista de Filosofia (May 2013)
Benedito Nunes, leitor de Clarice Lispector, ou o drama de habitar uma linguagem sitiada
Abstract
A indiscutível riqueza da obra de Clarice Lispector já deu lugar a inúmeras interpretações.Neste ensaio, pretendemos acompanhar a leitura que Benedito Nunes realiza, pensando a literatura da escritora brasileira atravessada por um “centro mimético”. O conceito de mimese, distinguindo-se das concepções clássicas pensadas por Platão e Aristóteles, apontará, na leitura de Nunes, para a dramaticidade vivenciada por meio da linguagem na sua tentativa de falar sobre o mundo e o “eu” que o descreve. Para fins de clareza, analisaremos, com essa categoria de “centro mimético”, três obras da autora que consideramos paradigmáticas: A cidade sitiada, A paixão segundo G.H. e A hora da estrela.