Revista de Filosofia (May 2013)

Benedito Nunes, leitor de Clarice Lispector, ou o drama de habitar uma linguagem sitiada

  • Horacio Luján Martínez

DOI
https://doi.org/10.7213/aurora.25.037.AO02
Journal volume & issue
Vol. 25, no. 37
pp. 271 – 287

Abstract

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A indiscutível riqueza da obra de Clarice Lispector já deu lugar a inúmeras interpretações.Neste ensaio, pretendemos acompanhar a leitura que Benedito Nunes realiza, pensando a literatura da escritora brasileira atravessada por um “centro mimético”. O conceito de mimese, distinguindo-se das concepções clássicas pensadas por Platão e Aristóteles, apontará, na leitura de Nunes, para a dramaticidade vivenciada por meio da linguagem na sua tentativa de falar sobre o mundo e o “eu” que o descreve. Para fins de clareza, analisaremos, com essa categoria de “centro mimético”, três obras da autora que consideramos paradigmáticas: A cidade sitiada, A paixão segundo G.H. e A hora da estrela.