Sağlık Akademisi Kastamonu (Oct 2022)

SAÚDE MENTAL DE IMIGRANTES NA COVID-19: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

  • Marianna Matos Santos,
  • Nília Maria Brito Lima Prado,
  • Jamily Cerqueira Etinger Almeida Novais,
  • Mariá Lanzotti Sampaio,
  • Cláudia Jesus Pinheiro,
  • Jéssica Lima Santos Mendes

DOI
https://doi.org/10.25279/sak.1138950
Journal volume & issue
Vol. 7, no. Special Issue
pp. 227 – 228

Abstract

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Introdução: A pandemia de COVID-19 tem afetado a saúde mental das diferentes populações. No entanto, devido a fatores socidemográficos, econômicos e culturais, alguns grupos tornam-se mais vulneráveis. No caso de imigrantes, a situação de ameaça da própria da pandemia e as vulnerabilidades relacionadas ao processo migratório, são fatores que podem influenciar negativamente a vivência da pandemia e, consequentemente, na saúde mental desta população. Objetivo: Identificar os impactos da pandemia da COVID-19 na saúde mental dos imigrantes. Método: Trata-se de uma Revisão sistemática rápida com busca e seleção de dados, por dois revisores independentes, nas bases de dados: BVS Regional, Scopus, Science Direct e Embase, com o uso dos descritores Covid-19, Saúde mental, Imigrantes e suas combinações em inglês e português. Adotou-se como critério de inclusão artigos que abordassem a saúde mental de imigrantes na pandemia de Covid-19, publicados entre março de 2020 e novembro de 2021 no idioma inglês, espanhol e/ou português. Foram excluídos editorias, cartas ao editor e artigos indisponíveis para acesso gratuito na íntegra. Inicialmente foram recuperadas 74 publicações, procedendo a exclusão de duplicados (1), e de estudos que não atenderam aos critérios de elegibilidade a partir da leitura de título/resumo (53), leitura na íntegra (9). Restaram 11 estudos que foram arquivados e sistematizados em uma planilha do Microsoft Excell contendo informações relevantes para sua categorização. Resultados: Os estudos contemplam delineamentos transversais, de coorte, revisões de literatura e relato de experiência. Trazem informações sobre a saúde mental de imigrantes oriundos de diferentes países, sendo 45,5% asiáticos, 18,18% latinos, 9,09% africanos e 27,23% sem especificação de origem. A maioria dos estudos foram desenvolvidos na América do Norte e Europa. Dentre os medos e preocupações mais comuns, encontravam-se as dificuldades econômicas, falta de suprimentos essenciais, medo de se infectar e/ou infectar outras pessoas e temor com relação à solicitação de vistos. Os imigrantes têm apresentado maior propensão de contraírem o COVID-19 e agravos à saúde mental devido à fragilidade socioeconômica vivenciada. Como repercussões psicológicas destacam-se o aumento dos sintomas de ansiedade, depressão e Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Essas repercussões tendem a acentuar-se devido à redução na procura por serviços de saúde e de saúde mental. Embora a pandemia possa acarretar danos psicológicos à população em geral, estudos comparativos mostram uma deterioração maior da saúde mental de imigrantes. Para os asiáticos, somam-se a isso os danos provocamos o aumento no nível de discriminação e xenofobia. Conclusão: O reconhecimento acerca das especificidades socioculturais, políticas e subjetivas desta população no contexto da pandemia por COVID-19, se faz imprescindível para promoção de políticas de saúde e ações de cuidado que coadunem com as reais necessidades evidenciadas. O Brasil é um país com crescente número de imigrantes. A escassez de pesquisas voltadas para saúde mental desta população no país aponta para uma lacuna que demanda a produção se estudos que possam contribuir para subsidiar estratégias de atenção à saúde mental desta população no Sistema Único de Saúde.

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