Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (Jan 2004)
Blood group genotyping Genotipagem de grupos sangüíneos
Abstract
Accurate phenotyping of red blood cells (RBCs) can be difficult in transfusion-dependent patients such as those with thalassemia and sickle cells anemia because of the presence of previously transfused RBCs in the patient's circulation. Recently, the molecular basis associated with the expression of many blood group antigens was established. This allowed the development of a plethora of polymerase chain reaction-based tests for identification of the blood group antigens by testing DNA. The determination of blood group polymorphism at the genomic level facilitates the resolution of clinical problems that cannot be addressed by hemagglutination. They are useful to (a) determine antigen types for which currently available antibodies are weakly reactive; (b) type patients who have been recently transfused; (c) identify fetuses at risk for hemolytic disease of the newborn; and (d) to increase the reliability of repositories of antigen negative RBCs for transfusion. It is important to note that PCR based assays are prone to different types of errors that those observed with hemagglutination assays. For instance, contamination with amplified products may lead to false positive test results. In addition, the identification of a particular genotype does not necessarily mean that the antigen will be expressed on the RBC membrane.Os antígenos eritrocitários são herdados geneticamente e definidos por seqüências de aminoácidos específicos constituindo uma proteína ou por carboidratos ligados a estas proteínas ou à lipídios. A diversidade dos antígenos de grupos sangüíneos, como para qualquer outro traço biológico, encontra-se ao nível do gene. Existem atualmente mais de 250 antígenos eritrocitários que se encontram distribuídos em 29 sistemas de grupos sangüíneos, de acordo com a Nomenclatura da Sociedade Internacional de Transfusão Sangüínea (ISBT). Os genes que codificam 28 dos 29 sistemas de grupos sangüíneos já foram clonados e seqüenciados. Assim, os problemas que ainda não são resolvidos por testes sorológicos podem ser agora solucionados por técnicas moleculares. O objetivo desta revisão é apresentar os mecanismos moleculares responsáveis pelo aparecimento dos antígenos associados aos fenótipos de grupos sangüíneos; mostrar a aplicação da técnica de PCR na medicina transfusional e materno-fetal, e discutir os problemas clínicos que potencialmente podem ser resolvidos pelas técnicas moleculares. A possibilidade de realizar genotipagem de grupos sanguíneos em conjunto com hemaglutinação muda a gama de possibilidades nos procedimentos transfusionais aumentando assim a segurança dos pacientes transfundidos. No entanto, é importante lembrar que a detecção de um gene através das técnicas de genotipagem molecular não significa necessariamente que a proteína carreando o antígeno será expressa. Assim, resultados falso-negativos e falso-positivos podem ocorrer. Embora seja pouco provável que a genotipagem molecular venha a substituir a hemaglutinação nos próximos anos, estas técnicas utilizadas em conjunto têm um valor potencial importante na segurança transfusional e materno-fetal.
Keywords