Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

ANÁLISE DOS DADOS LABORATORIAIS E SUAS CORRELAÇÕES CLÍNICAS DE PACIENTES INTERNADOS POR COVID-19, EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO, DURANTE O PERÍODO DE MARÇO DE 2020 A MARÇO DE 2021

  • LB Caria,
  • MSES Alcadipani,
  • DR Lamoglie,
  • DY Kobata,
  • JRF Reinaldi,
  • ABC Lopes,
  • BF Frizzarim,
  • CSA Rocha,
  • FAMC Arcadipane

Journal volume & issue
Vol. 43
pp. S538 – S539

Abstract

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Objetivos: Correlacionar os valores de dados laboratoriais – D-Dímero do primeiro dia (DD -ng/dL), Tempo de Protrombina (TP –segundos), Proteína C Reativa (PCR - mg/dL) – de pacientes COVID-19 positivo, com o desfecho de internação (alta hospitalar ou óbito), a necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a necessidade de ventilação mecânica invasiva (VMI), a ocorrência de Trombose Venosa Profunda (TVP), Tromboembolismo Pulmonar (TEP), Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), a idade dos pacientes, a presença ou não de comorbidades e o gênero. Material e método: Trata-se de um estudo retrospectivo transversal observacional de análise sequencial e sigilosa de prontuários médicos. Foram incluídos no estudo os pacientes com COVID-19 confirmados por RT-PCR e com nível de D-Dímero acima de 1000 ng/mL, no período de março de 2020 a março de 2021. Para a análise dos dados foram utilizados os testes estatísticos Shapiro-Wilk, Mann-Whitney, Kruskal-Wallis, Teste de Dunn e Correlação de Spearman. Resultados: Foram incluídos 1220 pacientes, destes 42.5% tinham ao menos uma comorbidade, 31.6% necessitaram de ventilação mecânica invasiva, 17.6% necessitaram de internação em UTI, 57.4% tiveram alta hospitalar e 42.6% evoluíram para óbito. Dentre os pacientes analisados 2.5% apresentaram TVP, 2.6% TEP, 1.7% AVCI, 0.8% IAM. Resultado dos valores significativos: o grupo com alta hospitalar obteve intervalo interquartil (IQ) de DD = 1236.95-2742.87; IQ de TP = 11.1-12.7; IQ de PCR = 6.475-21.95. O grupo que evoluiu para óbito obteve IQ de DD = 1295.95-5376.3; IQ de TP = 11.4-13.5; IQ de PCR=8.75-27.15. O grupo que evoluiu com TEP apresentou IQ de DD = 2139.1-7252.3, já o que não evoluiu com TEP apresentou IQ de DD=1243.97-3558.12. O grupo submetido à VMI apresentou IQ de TP = 11.5-13.3; IQ de PCR=13.375-29.75, já o que não foi submetido apresentou IQ de TP = 11.1-12.9; IQ de PCR = 6.5-22.2. O grupo que necessitou de internação em UTI apresentou IQ de TP = 11.5-13.42; IQ de PCR=9.3-27.8, o que não necessitou apresentou IQ de TP=11.17-13; IQ de PCR = 6.975-23.5. Os pacientes do gênero feminino apresentaram IQ de TP=11.1-12.8, IQ de PCR = 6.8-22.6; os do gênero masculino apresentaram IQ de TP = 11.4-13.1, IQ de PCR = 7.8-25.4. Discussão: Conforme os valores encontrados, os pacientes com idade avançada apresentaram valores de DD, TP maiores e evoluíram mais para óbito; os do gênero masculino apresentaram maior mortalidade, PCR e TP comparado com o gênero feminino; os com comorbidades apresentaram PCR maior e evoluíram mais para óbito; os que tiveram alta apresentaram menor DD, PCR e idade e maior TP; os que necessitaram de VMI tiveram maior TP, PCR e óbitos; os que necessitaram de internação em UTI apresentaram maior valor de TP, PCR e mais óbitos; os que necessitaram mais dias de internação apresentaram menor TP, PCR e mais óbitos; os que evoluíram com TEP apresentaram DD maior; os que evoluíram com AVCi apresentaram maior TP; os que evoluíram com TVP, IAM e AVCi não apresentaram significância estatística de DD. Conclusão: Neste estudo, valores de DD maiores estiveram relacionados à maior mortalidade e à ocorrência de TEP. Valores de TP elevados relacionaram-se a maior mortalidade, internação em UTI, necessidade de VMI e presença de AVCi. Valores de PCR elevados estiveram relacionados à maior mortalidade, presença de comorbidade, internação em UTI e necessidade de VMI. Demais correlações não apresentaram relevância estatística.