Geologia USP. Série Científica (Apr 2017)

Bentonitas da Formação Irati no setor sul da Bacia do Paraná

  • Aurelio Fagundes Silva,
  • Norberto Dani,
  • Marcus Vinicius Dornelles Remus,
  • Margot Guerra Sommer,
  • Bruno Ludovico Dihl Horn

DOI
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v17-368
Journal volume & issue
Vol. 17, no. 1

Abstract

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Este artigo tem como objetivo identificar e apresentar argumentos mineralógicos e químicos que demonstrem a existência de níveis de bentonitas inseridos na Formação Irati, em afloramentos a leste da cidade de Aceguá, sul do Rio Grande do Sul. Tratam-se de níveis com pequena espessura (em média 4 cm) e grande extensão lateral, constituídos de argilitos maciços branco-acinzentados a esverdeados que, em campo, contrastam com os folhelhos que compõem a Formação Irati. As bentonitas da Formação Irati se caracterizam por serem compostas predominantemente por Ca-montmorilonita e formam a matriz fina da rocha, na qual se encontram dispersos cristais primários, ou magmáticos, com tamanho não superior a areia muito fina. Entre os principais minerais primários identificados e representativos do ambiente vulcânico explosivo, encontram‑se pseudomorfos de β-quartzo, sanidina, biotita, zircão, apatita e ilmenita, além de fragmentos de quartzo e feldspatos (splinters). Mais raramente, encontram-se fragmentos de meso e macrocharcoals dentro das camadas de bentonita, que contrastam com a maturidade e tipo de matéria orgânica não vegetal do folhelho Irati. Com base na geoquímica da rocha e na cristaloquímica da montmorilonita neoformada nos níveis de bentonita, infere-se sobre a natureza do vulcanismo precursor. Ambas as metodologias apontam que nesse período as cinzas vulcânicas que alcançaram a Bacia do Paraná originaram-se de vulcanismo com composição intermediária, em concordância com o que é conhecido sobre as manifestações da Província Vulcânica Choiyoi Inferior, sincrônica com a sedimentação da Formação Irati na Bacia do Paraná.

Keywords