Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

USO DE VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA (VNI) INTERFACE HELMET: EXPERIÊNCIA HOSPITAL PÚBLICO REFERÊNCIA COVID-19 DO LITORAL NORTE DE SÃO PAULO

  • Nicolas Miranda Carvalho,
  • Jaqueline Faile Mancuso,
  • Ana Catarina Parra Egea,
  • Hellen dos Santos Saldanha,
  • Ana Paula Pinheiro,
  • Bruno Cesar Bueno da Silva,
  • Sandra Helena Macedo Marcondess,
  • Rosana Claudia Possetti,
  • Barbara Fialho,
  • Rosa Goldstein Alheira Rocha,
  • Antonio Carlos Magalhães Duarte,
  • Lais Giunta Poncheli,
  • Andre Guanaes,
  • Viviane Aparecida Lara Suassuna,
  • Wanessa Aparecida Magalhães

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102084

Abstract

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O objetivo é descrever a experiência com uso do Helmet em pacientes suspeitos e/ou confirmados com COVID-19, através de desfechos como mortalidade, intubação e uso de ventilação mecânica invasiva (VMI) em uma Unidade de Terapia Intensiva. Foi realizado um estudo observacional retrospectivo em um hospital de referência COVID-19 no litoral norte de São Paulo, no período de Agosto de 2020 a Agosto de 2021. Foram incluídos suspeitos e/ou confirmados de COVID-19 na Unidade de Terapia Intensiva adulto através de análise de prontuários. O critério de exclusão foram pacientes que permaneciam internados após o período de agosto de 2021 e os pacientes sem benefício de VMI. Foram incluídos no estudo 679 pacientes internados na Unidade de Terapia intensiva, sendo 194 (28,57%) já admitidos sob ventilação mecânica invasiva (VMI). Dos 485 (71,42%) pacientes admitidos em ventilação espontânea, 220 (45,36%) necessitaram de ventilação mecânica invasiva ou não invasiva (VMI/NI) . Das admissões em ventilação espontânea, 134 utilizaram Helmet (27,63%), dos quais 68 (50,75%) tiveram sucesso em sua utilização não necessitando de ventilação mecânica invasiva. A médias de dias livres de VMI nos pacientes que utilizaram Helmet e não utilizaram Helmet previamente a intubação foram 11,37 dias e 8,31 dias, respectivamente. A taxa de mortalidade entre os pacientes que utilizaram VMI/NI, VMI sem uso prévio de Helmet e VMI com uso prévio de Helmet foram respectivamente 46,82%, 67,44% e 68,18%. A média de dias em uso de Helmet nos pacientes que evoluíram para intubação foi 3,26 dias nos pacientes que foram a óbito e 2,84 dias nos pacientes que sobreviveram. Como demonstrado em nossos estudo, a utilização do Helmet na Unidade de Terapia Intensiva adulto pode ser uma ferramenta importante no manejo de pacientes com insuficiência respiratória aguda secundária à COVID-19, podendo impactar em mortalidade e dias livres de ventilação mecânica invasiva. Porém sua utilização deve ser feita com cautela baseada em adequada indicação e monitorização durante a terapia, uma vez que, a falha neste dispositivo, pode trazer piores desfechos.