Revista Vortex (Dec 2015)

É permitido proibir: a práxis sonora da pacificação

  • Alexandre Dias da Silva,
  • Alice Emery,
  • Elza Maria Cristina Laurentino de Carvalho,
  • Jaqueline Calazans,
  • Juliana Catinin,
  • Matheus Nogueira Pessoa,
  • Naiane Santos da Silva,
  • Rodrigo Heringer,
  • Samuel Araujo,
  • Sinesio Jefferson Andrade Silva,
  • Sterre Gilsing

Journal volume & issue
Vol. 3, no. 2
pp. 149 – 158

Abstract

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O artigo reflete sobre os impactos da implantação das assim chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em áreas favelizadas da cidade do Rio de Janeiro e, em particular, sobre práticas e eventos musicais e públicos aos mesmos relacionados, em um conjunto específico de favelas, a Maré. Para tal, entrecruza a análise de bibliografia selecionada e os resultados de pesquisas de campo junto a MCs, DJs e produtores de eventos, antes e depois do início da ocupação militar da Maré, com vistas à implantação de UPPs na região. Conclui-se que, seguindo tendências imemoriais de clientelismo e assistencialismo que encobrem padrões de autoritarismo, alienação e extermínio de setores percebidos como vulneráveis a uma sociedade desigual, as referidas políticas públicas reproduzem ou reforçam estereótipos culturais associados às classes perigosas e abrem caminho a "leis" de exceção em torno de práticas musicais, solapando fundamentos básicos a um Estado democrático e de direitos.

Keywords