Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (Jul 2018)

Modificação do perfil da silicose na mineração subterrânea de ouro em Minas Gerais

  • Leandro Liberino Silva,
  • Leandro Portes Cury Lima,
  • Cristovam Chiaradia Barbosa,
  • Aluisio Diniz Machado,
  • Adriano Starling Mosci,
  • Francisco das Chagas Lima e Silva,
  • Danielle Nunes Pinto Della Torre,
  • Andréa Maria Silveira,
  • Ana Paula Scalia Carneiro

DOI
https://doi.org/10.1590/2317-6369000008117
Journal volume & issue
Vol. 43, no. 0

Abstract

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Resumo Introdução: Minas Gerais é o estado brasileiro com maior registro de casos de silicose, sendo grande parte proveniente de casuísticas acumuladas das minerações de ouro. Objetivos: descrever e analisar temporalmente a ocorrência de silicose na mineração de ouro identificando fatores ocupacionais relacionados. Métodos: estudo transversal com 1.020 ex-mineiros da região de Nova Lima/MG, avaliados entre 1995 e 2011. Resultados: o diagnóstico de silicose foi confirmado em 19,7% dos avaliados. Nenhum caso da doença foi identificado em indivíduos que trabalharam apenas na superfície. A prevalência no grupo que trabalhou até 5 anos no subterrâneo foi de 3,8% e no grupo com mais de 20 anos de trabalho nesse local foi de 44,2%. Os admitidos para trabalho subterrâneo até 1950 apresentaram prevalência de 57,9%. Entre os admitidos após 1990, não houve registro de casos. Conclusão: verificou-se uma queda expressiva na ocorrência de silicose no período analisado. Uma vez que a doença é sabidamente dose-dependente, é esperado que a diminuição dos níveis de exposição, obtido pelas melhorias dos ambientes ocupacionais, tenha refletido nestes resultados. É fundamental que tais medidas continuem a ser adotadas na mineração e em outros ramos de atividade visando reduzir a ocorrência da doença.

Keywords