Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

PREVALÊNCIA DE SÍFILIS, HIV, HEPATITES B E C EM MORADORES EM SITUAÇÃO DE RUA, SANTOS, SP

  • Pedro Luis Valeiras Gaddini,
  • Roberto Focaccia,
  • Lucinéia Medeiros do Nascimento,
  • Flávia Rodrigues de Oliveira,
  • Giullia Carvalho Mangas Lopes,
  • Marcella Ferreira Olintho,
  • Carolina Narita,
  • Gabriel Carvalho Ventura,
  • Fabiana Cortez Larguesa,
  • Michelle Karine Cunha Ferreira

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103237

Abstract

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Objetivo: Estimar a prevalência das infecções pelo HIV, Hepatites B e C, e da Sífilis em moradores em situação de rua no município de Santos. Métodos: Estudo transversal em amostra com 192 indivíduos representativos da população estimada de moradores em situação de rua do município de Santos. Critério de Inclusão: todos indivíduos, independente de gênero ou idade, que ao chegarem ao acaso no albergue noturno mantido pelo município apresentavam condições clínico-intelectuais e concordavam com o termo de consentimento livre e esclarecido, assim como responder à questionário sociodemográfico e comportamental, e permitir coleta de sangue na polpa digital para pesquisa sorológica de Sífilis, Hepatite B e C, e HIV. Os testes rápidos foram fornecidos pelo Ministério da Saúde. Todos os indivíduos com testagem positiva foram tratados em Ambulatório de IST da Prefeitura de Santos. O estudo é trabalho de campo de tese do primeiro autor e apresentador. Resultados: Resultados preliminares são de 119 indivíduos já estudados. Predomina idade de 30-60 anos (46,2%), com 78/119 do sexo masculino. Vivendo há menos de um ano na rua são 42,9% deles. Procedentes da Baixada Santista são 55/119 (49,5%) sendo 32,0% (38/55) de Santos; 18/119 procedentes da região metropolitana de São Paulo e 20/119 do interior do estado de São Paulo; Nascidos em outros estados brasileiros são 19,3%. A positividade para Sífilis foi de 22,7% (27/119) sendo que 14 destes já foram tratados anteriormente. Houve nulidade de prevalência para Hepatite B. Cinco dos indivíduos pesquisados foram positivos para Hepatite C (4,2%) sendo três do sexo feminino. Cinco indivíduos pesquisados foram positivos para HIV (4,2%), sendo que três já sabiam e não estavam em tratamento. Quanto aos fatores de risco: 72/119 (60,5%) relataram ter relações sexuais na rua; 84/119 (70,6%) relataram fazer uso de drogas ilícitas; 14/119 disseram já ter recebido transfusão de sangue durante a vida, e somente 68/119 cortam cabelo e unhas no albergue. Conclusões: 1) A alta prevalência de Sífilis, HIV e Hepatite C nessa comunidade de moradores em situação de rua sugere a necessidade de reforços nos programas de redução de danos. 2) O Município de Santos, em que somente 32% dos indivíduos dessa comunidade serem cidadãos nascidos e procedentes do município, arca com pesado ônus social e econômico sugerindo a necessidade de programas assistenciais e resolutivos mais extensos nas demais esferas institucionais federativas.

Keywords