Revista Raega: O Espaço Geográfico em Análise (Dec 2000)

AS RELAÇÕES HOMEM-NATUREZA AS RELAÇÕES HOMEM-NATUREZA NO QUADRO DOS LITORAIS QUADRO DOS LITORAIS ATLÂNTICOS

  • Frédéric BERTRAND

DOI
https://doi.org/10.5380/raega.v4i0.3336
Journal volume & issue
Vol. 4, no. 0

Abstract

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Por razões ao mesmo tempo históricas, socioeconômicas e epistemológicas, o espaço atlântico representa um campo privilegiado para a análise das relações Homem-natureza no litoral. São apresentadas, sucessivamente, as duas grandes representações antinômicas da relação com a natureza litorânea que marcaram a evolução dos litorais atlânticos a natureza litorânea-objeto, ampliamente inspirada pelo modelo científico-político europeu de conquista das terras baixas submetidas à alternância das marés e a natureza litorânea-sujeito, muito influenciada pelo movimento cultural de inspiração ecológica dos anos 60. Diante do impasse tanto conceitual como gestionário ao qual levam essas duas visões do litoral, a nova análise das transformações recíprocas do homen pela natureza litorânea e do litoral pelo homem sugere que se considere o litoral não mais como um objeto nem como um sujeito, e sim como um projeto, portador de um significado e de uma direção. O autor insiste portanto nas condições conceituais, políticas e jurídicas da evolução dessas relações ao entrar no III milênio e no desenvolvimento que convém desejar sustentável. Les relations homme-nature dans le des littoraux atlantiques Résumé Pour des raisons à la fois historiques, socio-économiques et épistémologiques, l’espace atlantique constitue un terrain privilégié pour l’analyse des relations Homme-nature sur le littoral. Sont présentées successivement, les deux grandes figures antinomiques du rapport à la nature littorale qui ont marqué l’évolution des littoraux atlantiques: la nature littorale-objet, largement inspirée du modèle scientifico-politique européen de conquête des terres intertidales, et la nature littorale-sujet, fortement marquée par le mouvement culturel d’inspiration écologiste des années 1960. Face à l’impasse autant conceptuelle que gestionnaire à laquelle conduisent ces deux visions du littoral, l’analyse renouvellée des transformations réciproques de l’humain par la nature littorale et du littoral par l’humain suggère que l’on fasse du littoral non plus un objet ou un sujet mais un projet, chargé d’une signification et d’une direction. L’auteur porte alors l’accent, sur les conditions conceptuelles, politiques et juridiques de l’évolution de ces rapports à l’aube du III millénaire et d’un développement qu’il est convenu de souhaiter comme durable.

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