Células T com Recetor de Antigénio Quimérico (CAR): Uma Nova Estratégia Imunoterapêutica

Abstract

O desenvolvimento de células T geneticamente modificadas para expressarem à sua superfície um recetor de antigénio quimérico (CAR), tem sofrido uma grande evolução nas últimas décadas, envolvendo, até ao momento, mais de três centenas de ensaios clínicos em oncologia. A expressão do CAR permite direcionar a atividade anti-tumoral endógena das células T para um determinado antigénio, resultando na destruição de um alvo específico. Após a obtenção de resultados promissores em vários ensaios clínicos, a agência regulamentar Norte Americana aprovou, em 2017, os primeiros dois fármacos contendo células T CAR – o Kymirah®(tisagenlecleucel), para o tratamento da leucemia linfoblástica aguda das células B recidivante e/ou refratária, pertencente à Novartis e o Yescarta®(axicabtagene ciloleucel), para o tratamento de linfomas não Hodgkin das células B, pertencente à Kite Pharma. Apesar de esta tecnologia contar já com quatro gerações, na prática clínica o seu uso é limitado à segunda geração. Este artigo foca-se nos fundamentos celulares e moleculares subjacentes ao desenvolvimento das células T CAR, no seu mecanismos de ação, potenciais efeitos adversos, bem como na aplicação clínica das células T CAR em oncologia e perspetivas futuras desta nova terapia celular.

Keywords

• Imunoterapia; Imunoterapia Adotiva; Leucemia/tratamento; Linfoma/tratamento; Rece­tores de Antigénios; Recetores de Antigénios de Linfócitos T; Recetores de Antigénios Quiméricos