Pós: Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP (Dec 2009)

Autopia do edifício alto" verde" e a criação de uma nova geração de ícones do desempenho ambiental

  • Erica Mitie Umakoshi,
  • Joana Carla Soares Gonçalves

DOI
https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v0i26p126-147
Journal volume & issue
Vol. 0, no. 26
pp. 126 – 147

Abstract

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A desordem urbana que tomou conta das cidades da Revolução Industrial, como Londres e Paris, no final do século 19, levou o arquiteto urbanista Le Corbusier a propor um total redesenho urbano, no qual o edifício alto seria o principal elemento de projeto. Nos anos 60, verifica-se o surgimento de projetos visionários baseados nos grandes avanços tecnológicos e voltados às questões habitacionais das grandes cidades, incluindo megaestruturas e edifícios altos. Nesse período, três grupos se destacaram no que tange às inovações do projeto de arquitetura e urbanismo: o Archigram inglês, os Metabolistas japoneses e o Grupo Francês, que criaram uma série de utopias para o tema do edifício alto. Paralelamente, a tipologia do edifício alto de escritórios crescia com o desenvolvimento econômico de importantes cidades do cenário internacional, como Nova York e Londres. À frente, diante da crise energética e ambiental dos anos 70, destacou-se uma nova preocupação na arquitetura mundial: os edifícios deveriam consumir menos energia e serem ambientalmente mais responsáveis. Com isso, surgem utopias que passam a questionar os modelos convencionais, incluindo propostas para o edifício alto" verde". Nos anos 90, o arquiteto malaio Ken Yeang se torna uma referência internacional no tema do" Edifício Alto Ecológico", cujas idéias se baseiam em uma nova estética de projeto: o intenso uso da vegetação, da iluminação e ventilação natural, dentre outras estratégias bioclimáticas, em busca do conforto ambiental. Mais recentemente, sua arquitetura foi reconhecida pelas idéias de" paisagismo vertical" e" urbanismo verde". Ao lado da utopia do edifício verde, exemplos construídos em cidades européias, desde os anos 90, clamam estar definindo as bases arquitetônicas e tecnológicas de uma nova real geração de edifícios mais ecológicos. Os projetos utópicos desenvolvidos ao longo da história vêm exercendo, no que toca aos conceitos de forma, funcionalidade e tecnologia, grande influência sobre aqueles projetados para serem construídos, enquanto os desafios da arquitetura para a sustentabilidade continuam a inspirar a utopia dos edifícios altos com perguntas como: quais as premissas do edifício alto sustentável? E quais as possibilidades tecnológicas para atingir as metas do mesmo?

Keywords