Enfoque (Oct 2022)

Rating soberano, governança corporativa e desempenho da firma: evidências no Brasil

  • Duterval Jesuka,
  • Fernanda Maciel Peixoto

DOI
https://doi.org/10.4025/enfoque.v41i3.56986
Journal volume & issue
Vol. 41, no. 3

Abstract

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Este artigo analisou os impactos do rating soberano e da governança corporativa sobre o desempenho de empresas brasileiras listadas na B3. Utilizou-se regressão com dados em painel para 671 empresas não financeiras no período de 2010 a 2017. O desempenho foi medido pelo ROA e Q de Tobin. As variáveis de governança corporativa foram analisadas de forma isolada e por meio da construção de dois índices – IGOV1 e IGOV2, sendo o primeiro voltado para o poder de influência dos controladores no conselho de administração e o segundo que mensurou o poder de entrincheiramento dos CEOs. Encontrou-se que, em períodos de boa classificação do rating soberano no Brasil, as companhias são mais valorizadas e possuem melhor desempenho. Percebeu-se que quando as empresas são auditadas por uma das quatro maiores firmas de auditoria do mundo, possuem uma proporção maior de conselheiros independentes e profissionais, isso pode aumentar sua performance. Porém, quando o CEO é também o presidente do conselho e quando há maior proporção de diretores eleitos pelo acionista controlador, o desempenho das companhias se reduz. Constatou-se que o rating soberano possui uma relação positiva com a performance, e que o mesmo pode ser considerado importante para o desempenho e valor das empresas na ausência de informações sobre a governança. Além disso, verificou-se que a redução do poder de influência dos controladores no conselho e do poder de entrincheiramento dos gestores podem aumentar o valor das empresas e alinhar as ações gerenciais com os interesses dos acionistas.

Keywords