Revista Uningá (Jan 2021)
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL NOS ANOS DE 2009 A 2019
Abstract
A sífilis congênita é a infecção do feto pelo Treponema pallidum, transmitida por via transplacentária, da gestante infectada não-tratada ou inadequadamente tratada. O quadro clínico presente nessas crianças pode ser: de sífilis congênita precoce, apresentada até os dois anos de vida, podendo apresentar prematuridade, baixo peso ao nascimento, hepatomegalia, lesões cutâneas, pseudoparalisia dos membros, sofrimento respiratório, anemia; e de sífilis congênita tardia, surge após dois anos de vida, apresentando articulações de Clutton, nariz “em sela”, mandíbula curta, arco palatino elevado. A sífilis congênita pode levar também a óbito fetal ou a aborto. Pesquisas mostram que houve um aumento de casos de sífilis no país, e consequentemente os casos de sífilis congênita. O objetivo do trabalho é avaliar, através de dados epidemiológicos, os casos de sífilis congênita no Brasil, no período de 2009 a 2019. O método do trabalho foi de estudo epidemiológico observado a partir de dados extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) sobre casos e taxa de detecção (por 1.000 nascidos vivos) de gestantes com sífilis por ano de diagnóstico no Brasil entre janeiro de 2009 a dezembro de 2019. Com variáveis de caos de sífilis congênita segundo diagnostico final. Os resultados foram que os casos de gestantes com sífilis por ano de diagnóstico no Brasil entre os anos de 2005 e 2008 foi de 18.942 casos, tendo em média 4.735 casos registrados por ano; já em 2009 apresentou 8.3376 casos, quase o dobro de casos presente nos últimos quatro anos. A partir do ano de 2009 foi registrado aumentos sucessivos de casos todos os anos, até o ano de 2018, o qual registrou o maior número de gestantes com sífilis, chegando a 62.599 casos. Apenas no ano de 2019 se registrou uma diminuição de gestantes com sífilis, sendo de 25.794 casos. Já os casos de sífilis congênita recente, segundo diagnóstico final no Brasil, foram de 5.531 casos no ano de 2009; de 24.626 casos no ano de 2018; e de 11.150 casos no ano de 2019. Desta forma, conclui-se que foi registrado a partir de 2009 aumento nos casos de sífilis congênita, tendo todo ano apresentado um certo aumento, sendo o ano de 2018 registrado os maiores números de casos. Isso mostra como a população não estava se preocupando com infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), por não terem percepção do risco, por desinformação em relação as formas de contágio, ou por outra questão, mas não estavam tomando os devidos cuidados para prevenção dessas infecções. Assim, gerou vários casos de sífilis congênitas, levando a abortos, natimortos, crianças com má-formação, surdez, cegueira, deficiência mental. Em 2019 teve uma diminuição dos casos registrados, mostrando que campanhas e outras estratégias de abrangência nacional executadas pelo Ministério da Saúde apresentam seus resultados.