Revista Educação e Cultura Contemporânea (May 2018)
Auto(trans)formação permanente com professores: em busca de uma compreensão político-epistemológica
Abstract
O presente artigo objetiva discutir o conceito de auto(trans)formação permanente que se constitui em um dos movimentos que vem sendo estudado, a partir de uma metodologia alternativa e proativa de pesquisa-formação com professores. Neste sentido, busca-se no texto construir uma compreensão político-epistemológica do conceito de auto(trans)formação permanente, tomando como base algumas dimensões que o compõe e o distingue, epistemologicamente, do conceito de formação continuada, sendo elas: 1ª) o auto não se constitui ensimesmado, mas se estabelece na relação com os outros; 2ª) compromisso da auto(trans)formação com a transformação social; 3ª) a conscientização como condição para a auto(trans)formação; 4ª) a auto, a trans e a formação como (cons)instituintes da auto(trans)formação e 5ª) o inacabamento como condição da auto(trans)formação permanente. O texto traz como principal referência teórica os escritos de Paulo Freire e Marie Christine Josso, entendendo a auto(trans)formação permanente como um caminhar para si, mas construída na relação com os outros. No processo de auto(trans)formação com professores, ninguém (trans)forma ninguém, ninguém (trans)forma a si mesmo, os professores se auto(trans)formam entre si, mediatizados pelo mundo. Esse movimento de constituir-se, formar-se, auto(trans)formar-se vai se construindo permanentemente; embora seja um desenvolvimento pessoal, também se estabelece fundamentalmente pela mediação com o outro. A compreensão de permanente pressupõe as idas e vindas de uma formação que está sempre em movimento e inacabada; que quanto mais avança mais percebe a necessidade de ser (re)pensada e, por vezes, de retroceder para (re)começar e refazer-se, em permanente processo de auto(trans)formação.