Revista Brasileira de Cancerologia (Aug 2020)

Fatores Associados ao Atraso entre o Diagnóstico e o Início do Tratamento de Câncer de Mama: um Estudo de Coorte com 204.130 Casos no Brasil

  • Giselle Coutinho de Medeiros,
  • Clarice Gomes Chagas Teodózio,
  • Erica Alves Nogueira Fabro,
  • Suzana Sales de Aguiar,
  • Artur Henrique Machado Lopes,
  • Bárbara Cordeiro de Conte,
  • Erisvan Vieira da Silva,
  • Lyssandra Luiza Pestana Coelho,
  • Nitza Ferreira Muniz,
  • Sara Isabel Pimentel de Carvalho Schuab,
  • Anke Bergmann,
  • Luiz Claudio Santos Thuler

DOI
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2020v66n3.979
Journal volume & issue
Vol. 66, no. 3

Abstract

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Introdução: O câncer de mama e considerado um problema de saúde publica, tendo crescente incidência mundial. Diversos fatores contribuem para o diagnostico tardio e dificultam o inicio do tratamento, repercutindo em um pior prognostico. Objetivos: Analisar o intervalo de tempo entre o diagnostico e o inicio do primeiro tratamento oncológico na população brasileira, além de avaliar os fatores associados aos maiores intervalos. Método: Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo com 540.529 pacientes cadastrados no Sistema de Registros Hospitalares de Câncer (SisRHC) no período de 2000 a 2017. Utilizou-se como desfecho o intervalo de tempo entre o diagnostico e o inicio do primeiro tratamento oncológico, considerando-se como atraso o intervalo maior do que 60 dias. Para analise das variáveis, foram realizadas analise descritiva e regressão logística simples (IC95%; p<0,05). Resultados: Foram analisados 204.130 casos que apresentaram media de idade de 55,8 anos (±13,24), sendo predominantemente do sexo feminino (99,1%), 55,1% eram da Região Sudeste e 71,4% residiam em cidades não capitais. A mediana do intervalo de tempo entre o diagnostico e o inicio do primeiro tratamento oncológico foi de 63 dias (variação interquartil = 36-109). As variáveis sociodemográficas, clinicas e relacionadas ao tratamento mostraram impacto no intervalo de tempo, com exceção da variável sexo. Conclusão: O tempo entre o diagnostico e o inicio do primeiro tratamento oncológico foi elevado. Fatores sociodemográficos, clínicos e relacionados ao tratamento influenciam nos intervalos de tempo. Identifica-los precocemente pode contribuir para o direcionamento de ações a esses grupos mais vulneráveis ao atraso.

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