Psicologia & Sociedade (Jan 2013)

A pólis arquipélago: notas do acompanhamento terapêutico

  • Maurício Porto

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-71822013000600002
Journal volume & issue
Vol. 25, no. spe2
pp. 2 – 8

Abstract

Read online

Este artigo discute algumas consequências teóricas derivadas do fazer singular do acompanhamento terapêutico (AT). Como no AT não há nem lugar fixo, nem propriedade privada - características ordinárias das instituições de tratamento, sejam equipamentos públicos, sejam consultórios particulares -, então o espaço onde ele acontece é o chão comum e o céu aberto. Essa condição primeira implica uma espécie de "novidade absoluta do encontro", e a terapêutica se encaminha por uma "fala pedestre" enunciada pelas passagens e pelas movimentações na cidade. A experiência de transitar para além das quatro paredes das diversas instituições de tratamento dispõe, como plano transferencial, um cenário composto de indivíduos e universos que se interpenetram e se constituem, constituindo mundos. Por tudo isso, o AT é um campo propício para pensar a atualidade das redes individuais e das redes coletivas, por exemplo, novas famílias e familiaridades.

Keywords