Desordens informativas: análise de pronunciamentos de Jair Bolsonaro contra a vacinação de covid-19
Alice Agnes Spíndola Mota,
Sidiany Mendes Pimentel,
Albertina Vieira de Melo Gomes Oliveira
Affiliations
Alice Agnes Spíndola Mota
Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-graduação em Comunicação. Palmas, TO, Brasil. Universidade de Aveiro, Departamento de Comunicação e Artes, Centro de Investigação em Média Digitais e Interação. Aveiro, Portugal
Sidiany Mendes Pimentel
Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-graduação em Comunicação. Palmas, TO, Brasil. Instituto Federal do Tocantins. Dianópolis, TO
Albertina Vieira de Melo Gomes Oliveira
Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-graduação em Comunicação. Palmas, TO, Brasil. Universidade Federal do Pará, Programa de Pós-graduação em Comunicação. Belém, PA
Baseando-se nos conceitos de “desordens informativas” propostos por Claire Wardle e Hossein Derakhshan, este trabalho propõe-se a observar o fenômeno de hesitação vacinal e a opinião pública em relação à vacina CoronaVac contra a covid-19, a partir da análise de falas públicas do presidente Jair Bolsonaro sobre esse imunizante produzido pelo Instituto Butantan em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac. As falas em questão foram proferidas no período de julho de 2020 a janeiro de 2021. Através de uma pesquisa de abordagem qualitativa, com finalidades exploratórias e descritivas, o trabalho analisou o conteúdo de dez pronunciamentos do então presidente sobre as vacinas no contexto do primeiro ano da pandemia de covid-19 no Brasil e observou desordens informativas dos seguintes tipos: má informação (17,6%), informação incorreta (47,1%) e desinformação (35,3%) em todas as falas. As desordens informativas propagadas contribuíram para os sentimentos de desconfiança e as posturas coletivas de hesitação vacinal relacionadas à covid-19, principalmente em relação à CoronaVac.