Sur le Journalisme (Jul 2024)
Combattre le mâle. Légitimer le journalisme féministe sous #MeToo
Abstract
FR. Comment l’intense médiatisation des violences sexistes et sexuelles ayant fait suite au mouvement numérique et transnational #MeToo a participé de la redéfinition du modèle traditionnel de l’excellence journalistique ? En quoi l’attention nouvellement accordée à ces enjeux a-t-elle favorisé l’importation de schèmes d’analyse féministe au sein des rédactions de presse écrite ? Nous suggérons que l’influence de #MeToo sur les mutations de la couverture du sujet s’explique en partie par la conversion symbolique de l’engagement militant de femmes journalistes en compétence professionnelle distinctive. La légitimation conjoncturelle de visions féministes du monde social aurait en outre contribué à la remise en cause d’un certain nombre de pratiques de sélection et d’écriture journalistiques. Un premier temps de cet article sera consacré à l’analyse des motivations et des conséquences du processus de stigmatisation des savoirs et savoir-faire féministes observé au sein des rédactions de presse écrite. Nous chercherons par la suite à comprendre les causes et effets du retournement partiel du stigmate féministe en contexte #MeToo. Seront ici discutés la centralité du rôle joué par quelques femmes journalistes ouvertement militantes, récemment nommées à des postes de responsabilité au sein de leur média respectif, ainsi que les efforts déployés par certains titres investis dans la dénonciation du sexisme pour mettre en scène la fiabilité de leurs publications. Nous interrogerons enfin les ressorts et conséquences de l’intérêt nouvellement porté par des hommes journalistes à des questions jusque-là assignées au genre féminin, sur la (re)définition de la division sexuée du travail journalistique. Cet article s’appuie sur l’analyse de près de 6 000 Unes et articles publiés entre 1980 et 2020 par quatorze journaux distincts. Cinquante entretiens semi-directifs ont par ailleurs été conduits auprès de journalistes et de leurs sources, afin de confronter l’analyse de contenus médiatiques aux représentations du sujet défendues par les principaux intéressés. *** EN. How has the intense media coverage of sexist and sexual violence following the digital and transnational #MeToo movement contributed to the redefinition of the traditional model of journalistic excellence? In what ways has the new attention paid to these issues encouraged the import of feminist frames of analysis into print newsrooms? We suggest that the influence of #MeToo on changes in the coverage of the topic can be explained in part by the symbolic conversion of women journalists' activist commitment into a distinctive professional expertise. The conjunctural legitimization of feminist visions of the social world may also have contributed to the questioning of a number of practices in journalistic selection and writing. The first part of this article analyzes the motivations and consequences of the process of stigmatizing feminist knowledge and practices in print media. We then seek to understand the causes and effects of the partial reversal of feminist stigma in the #MeToo context. Here, we discuss the centrality of the role played by some outspoken activist women journalists, recently appointed to positions of responsibility within their respective media, as well as the efforts made by certain titles committed to denouncing sexism to showcase the reliability of their publications. Finally, we examine the motivations and consequences of the new interest shown by male journalists in issues that had previously been assigned to the female gender, on the (re)definition of the gendered division of journalistic labor. This article is based on an analysis of nearly 6,000 covers and articles published between 1980 and 2020 by fourteen different newspapers. Fifty semi-directive interviews were also conducted with journalists and their sources, in order to compare the analysis of media content with the representations of the topic championed by the principal parties concerned. *** PT. Como a intensa midiatização da violência sexista e sexual, na esteira do movimento digital e transnacional #MeToo, tem contribuído para redefinir o modelo tradicional de excelência jornalística? De que forma a nova atenção dada a essas questões incentivou a importação de padrões de análise feministas nas redações da mídia impressa? Neste artigo, sugere-se que uma das razões para o impacto do movimento #MeToo sobre as mudanças na cobertura do tema seja a conversão simbólica do compromisso ativista das mulheres jornalistas em uma habilidade profissional diferenciada. A legitimação conjuntural de visões feministas do mundo social também pode ter contribuído para que fossem questionadas diversas práticas de seleção e redação jornalísticas. Em um primeiro momento, o artigo foca na análise das motivações e consequências do processo de estigmatização dos saberes e do know-how feministas observados nas redações da mídia impressa. Em seguida, busca-se compreender as causas e os efeitos da reversão parcial do estigma feminista no contexto do #MeToo. Neste artigo, discute-se a centralidade do papel desempenhado por algumas mulheres jornalistas abertamente militantes, que foram recentemente nomeadas para cargos de liderança em suas respectivas mídias, e os esforços de manchetes comprometidas em denunciar o sexismo no intuito de mostrar a confiabilidade das matérias publicadas. Por fim, analisa-se a origem do novo interesse demonstrado por jornalistas homens em questões até então atribuídas ao gênero feminino, e suas consequências na (re)definição da divisão de gênero no trabalho jornalístico. Este artigo baseia-se em uma análise de cerca de 6.000 manchetes e artigos publicados entre 1980 e 2020 em quatorze jornais diferentes. Também foram realizadas 50 entrevistas semiestruturadas com jornalistas e suas fontes, de forma a confrontar a análise dos conteúdos midiáticos com as representações do tema defendidas pelas partes interessadas. *** ES. ¿Cómo ha contribuido la intensa cobertura mediática de las violencias sexistas y sexuales a raíz del movimiento digital y transnacional #MeToo a la redefinición del modelo tradicional de excelencia periodística? ¿Cómo esta atención, prestada por primera vez a estos temas, ha favorecido la importación de patrones de análisis feministas a la prensa escrita? Sugerimos que la influencia de #MeToo en los cambios en la cobertura del tema puede explicarse en parte por la conversión simbólica del compromiso militante de las mujeres periodistas en una habilidad profesional distintiva. La legitimación coyuntural de visiones feministas del mundo social también puede haber contribuido al cuestionamiento de una serie de prácticas periodísticas de selección y redacción. La primera parte de este artículo se dedicará a analizar las motivaciones y consecuencias del proceso de estigmatización de los saberes y conocimientos feministas observado en la prensa escrita. A continuación, trataremos de entender las causas y los efectos de la reversión parcial del estigma feminista en el contexto #MeToo. Se debatirá el papel central desempeñado por varias mujeres periodistas abiertamente militantes, recientemente designadas para ocupar puestos de liderazgo en sus respectivos medios de comunicación, así como los esfuerzos realizados a través de algunos titulares dedicados a la denuncia del sexismo con el objetivo de demostrar la fiabilidad de sus publicaciones. Por último, examinaremos las razones y las consecuencias del nuevo interés mostrado por los hombres periodistas hacia temas hasta ahora asignados al género femenino, en relación a la (re)definición de la división sexual del trabajo periodístico. Este artículo se basa en un análisis de aproximadamente 6000 portadas y artículos publicados entre 1980 y 2020 por catorce periódicos diferentes. También se realizaron cincuenta entrevistas semiestructuradas con periodistas y sus fuentes, con el fin de comparar el análisis de contenidos mediáticos con las representaciones del tema defendidas por las personas principalmente interesadas. ***
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