Revista Brasileira em Promoção da Saúde (Jan 2012)

O contexto social e epidemiológico dos moradores assentados em área de manguezal - doi:10.5020/18061230.2005.p98

  • Rita de Cássia Moura Diniz,
  • Maria de Nazaré de Oliveira Fraga

DOI
https://doi.org/10.5020/913
Journal volume & issue
Vol. 18, no. 2
pp. 98 – 104

Abstract

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Fortaleza é uma metrópole que apresenta distribuição de renda perversa e problemas de ocupação do solo. A Baixada do Aratu é uma Área de Preservação Permanente localizada no curso do rio Cocó, cujo manto vegetal é constituído por manguezal. A especulação imobiliária e a falta de uma política de habitação empurraram para a Baixada aproximadamente 200 famílias que residem na área em condições sub-humanas. A pesquisa, de natureza qualitativa, teve como objetivo conhecer a realidade social e epidemiológica dos moradores da Baixada do Aratu, tendo sido realizada em janeiro e fevereiro de 2001, através de questionário e visita domiciliar, com amostra de 70 famílias. Encontrou-se que 90% das famílias obtêm água tratada através de ligações clandestinas e 10% a retiram de poços sem qualquer tratamento. Os barracos são construídos com madeira e barro do manguezal ou com restos de material de construção. As doenças mais comuns são as respiratórias, com 54%, seguidas de hipertensão arterial (14%), alcoolismo (11%), doenças diarréicas (8,5%), doenças dermatológicas (6%) e 6,5% por outras causas. Verificou-se a associação entre precárias condições de vida, problemas de saúde reincidentes e crescentes agressão à natureza. Conclui-se que mais estudos devem ser desenvolvidos com o objetivo entender as relações que ocorrem entre tais fatores para o serviço de saúde vinculado à Universidade de Fortaleza, possa ser capaz de construir uma proposta de intervenção adequada à realidade dos moradores.

Keywords