Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Apr 2024)

Combinação de Ferramentas de Telecardiologia para Estratificação de Risco Cardiovascular na Atenção Primária: Dados do Estudo PROVAR+

  • Lucas Leal Fraga,
  • Bruno Ramos Nascimento,
  • Beatriz Costa Haiashi,
  • Alexandre Melo Ferreira,
  • Mauro Henrique Agapito Silva,
  • Isabely Karoline da Silva Ribeiro,
  • Gabriela Aparecida Silva,
  • Wanessa Campos Vinhal,
  • Mariela Mata Coimbra,
  • Cássia Aparecida Silva,
  • Cristiana Rosa Lima Machado,
  • Magda C. Pires,
  • Marina Gomes Diniz,
  • Luiza Pereira Afonso Santos,
  • Arthur Maia Amaral,
  • Lucas Chaves Diamante,
  • Henrique Leão Fava,
  • Craig Sable,
  • Maria Carmo Pereira Nunes,
  • Antonio Luiz P. Ribeiro,
  • Clareci Silva Cardoso

DOI
https://doi.org/10.36660/abc.20230653
Journal volume & issue
Vol. 121, no. 2

Abstract

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Resumo Fundamento: As ferramentas de telecardiologia são estratégias valiosas para melhorar a estratificação de risco. Objetivo: Objetivamos avaliar a acurácia da tele-eletrocardiografia (ECG) para predizer anormalidades no ecocardiograma de rastreamento na atenção primária. Métodos: Em 17 meses, 6 profissionais de saúde em 16 unidades de atenção primária foram treinados em protocolos simplificados de ecocardiografia portátil. Tele-ECGs foram registrados para diagnóstico final por um cardiologista. Pacientes consentidos com anormalidades maiores no ECG pelo código de Minnesota e uma amostra 1:5 de indivíduos normais foram submetidos a um questionário clínico e ecocardiograma de rastreamento interpretado remotamente. A doença cardíaca grave foi definida como doença valvular moderada/grave, disfunção/hipertrofia ventricular, derrame pericárdico ou anormalidade da motilidade. A associação entre alterações maiores do ECG e anormalidades ecocardiográficas foi avaliada por regressão logística da seguinte forma: 1) modelo não ajustado; 2) modelo 1 ajustado por idade/sexo; 3) modelo 2 mais fatores de risco (hipertensão/diabetes); 4) modelo 3 mais história de doença cardiovascular (Chagas/cardiopatia reumática/cardiopatia isquêmica/AVC/insuficiência cardíaca). Foram considerados significativos valores de p < 0,05. Resultados: No total, 1.411 pacientes realizaram ecocardiograma, sendo 1.149 (81%) com anormalidades maiores no ECG. A idade mediana foi de 67 anos (intervalo interquartil de 60 a 74) e 51,4% eram do sexo masculino. As anormalidades maiores no ECG se associaram a uma chance 2,4 vezes maior de doença cardíaca grave no ecocardiograma de rastreamento na análise bivariada (OR = 2,42 [IC 95% 1,76 a 3,39]) e permaneceram significativas (p < 0,001) após ajustes no modelo 2 (OR = 2,57 [IC 95% 1,84 a 3,65]), modelo 3 (OR = 2,52 [IC 95% 1,80 a 3,58]) e modelo 4 (OR = 2,23 [IC 95% 1,59 a 3,19]). Idade, sexo masculino, insuficiência cardíaca e doença cardíaca isquêmica também foram preditores independentes de doença cardíaca grave no ecocardiograma. Conclusões: As anormalidades do tele-ECG aumentaram a probabilidade de doença cardíaca grave no ecocardiograma de rastreamento, mesmo após ajustes para variáveis demográficas e clínicas.

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