Cadernos de Saúde Pública (Aug 2014)

Pesquisa Nascer no Brasil: perfil da mortalidade neonatal e avaliação da assistência à gestante e ao recém-nascido

  • Sônia Lansky,
  • Amélia Augusta de Lima Friche,
  • Antônio Augusto Moura da Silva,
  • Deise Campos,
  • Sonia Duarte de Azevedo Bittencourt,
  • Márcia Lazaro de Carvalho,
  • Paulo Germano de Frias,
  • Rejane Silva Cavalcante,
  • Antonio José Ledo Alves da Cunha

DOI
https://doi.org/10.1590/0102-311X00133213
Journal volume & issue
Vol. 30, no. suppl 1
pp. S192 – S207

Abstract

Read online

Estudo de coorte sobre a mortalidade neonatal na pesquisa Nascer no Brasil, com entrevista e avaliação de prontuários de 23.940 puérperas entre fevereiro de 2011 e outubro de 2012. Utilizou-se modelagem hierarquizada para análise dos potenciais fatores de risco para o óbito neonatal. A taxa de mortalidade foi 11,1 por mil; maior nas regiões Norte e Nordeste e nas classes sociais mais baixas. O baixo peso ao nascer, o risco gestacional e condições do recém-nascido foram os principais fatores associados ao óbito neonatal. A inadequação do pré-natal e da atenção ao parto indicaram qualidade não satisfatória da assistência. A peregrinação de gestantes para o parto e o nascimento de crianças com peso < 1.500g em hospital sem UTI neonatal demonstraram lacunas na organização da rede de saúde. Óbitos de recém-nascidos a termo por asfixia intraparto e por prematuridade tardia expressam a evitabilidade dos óbitos. A qualificação da atenção, em especial da assistência hospitalar ao parto se configura como foco prioritário para maiores avanços nas políticas públicas de redução das taxas e das desigualdades na mortalidade infantil no Brasil.

Keywords