Cadernos de Saúde Pública (Dec 2001)

Anogenital warts in children: sexual abuse or unintentional contamination? Verrugas anogenitais na infância: abuso sexual ou contaminação não-intencional?

  • Lisieux Eyer de Jesus,
  • Oscar Luís Lima e Cirne Neto,
  • Leila Maria Monteiro do Nascimento,
  • Rejane Costa Araújo,
  • Andréa Agostinho Baptista

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2001000600022
Journal volume & issue
Vol. 17, no. 6
pp. 1383 – 1391

Abstract

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Anogenital warts (AGW) were recently recognized in children, and their significance as an index of childhood sexual abuse is controversial. We report our transdisciplinary approach (including a pediatric surgeon, psychologist, social worker, ethics expert, and occasionally law enforcement agents) and its results in a group of 17 children with AGW treated at the public pediatric referral hospital in Rio de Janeiro, Brazil, during a 3-year period (1996-1999). All children were treated by electrocauterization of the warts, tested for other STDs, and submitted to perineal examination under anesthesia. Families received psycho-social counseling as necessary and cases were referred to child protection and law enforcement agents when indicated according to Brazilian legislation. We identified a high incidence of sexual abuse (8 children, 5/7 > 5 years old), with 3 patients inconclusive as to sexual abuse and 7 cases of perinatal transmission (5/8 5 years of age. However, strong support and a transdisciplinary approach to the children and their families is necessary to identify it.Verrugas anogenitais (VAG) são de reconhecimento recente na criança e seu significado como sinal de abuso sexual é controverso. Relatamos nossa abordagem multidisciplinar (cirurgião pediatra, psicólogo, assistente social, conselheiro de ética e eventualmente agente legal) e seus resultados, num grupo de 17 crianças com VAG tratadas em um hospital público de referência no Rio de Janeiro, Brasil, em um período de três anos (1996-1999). Todos foram tratados por eletrocoagulação das verrugas, testadas para outras DSTs, e submetidos a um exame perineal sob anestesia. Todas as famílias foram amparadas pelos assistentes sociais e psicólogos na medida do necessário, e casos de violência comprovada ou suspeita foram encaminhados de acordo com as leis brasileiras. Foi descoberta uma alta incidência de abuso sexual previamente insuspeito (oito crianças, 5/7 dos maiores de cinco anos de idade), três casos foram inconclusivos quanto à presença de abuso sexual e sete foram considerados transmissão não agressiva (5/8 dos menores de quatro anos de idade). Concluímos que VAG em crianças são muito sugestivas de abuso sexual, em especial, mas não exclusivamente, em idade escolar, mas é necessário amplo suporte e abordagem multidisciplinar para evidenciar o abuso ocorrido.

Keywords