Horizontes Antropológicos ()

Negros e indígenas ocupam o templo branco: ações afirmativas na UFRGS

  • Arabela Campos Oliven,
  • Luciane Bello

DOI
https://doi.org/10.1590/s0104-71832017000300013
Journal volume & issue
Vol. 23, no. 49
pp. 339 – 374

Abstract

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Resumo: Na maioria dos países do mundo ocidental, universidades que formam a elite costumam ser redutos da branquidade refratários a grupos socialmente excluídos. No Brasil, com mais da metade da população formada por pretos e pardos, as universidades públicas sempre foram um território quase exclusivamente branco. O Rio Grande do Sul, estado brasileiro com a segunda maior percentagem de população branca do país, reflete esse quadro. Ele enaltece o legado dos grupos imigrantes de origem europeia em contraste com a pequena visibilidade atribuída à contribuição da população negra e indígena. No período 2008 a 2012, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a mais importante do estado, implementou uma política de ação afirmativa que aumentou as oportunidades de alunos pretos, pardos e indígenas entrarem em seus cursos de graduação. O artigo discute essa política - sua aprovação, características, implantação, avaliação e reformulação, assim como seus resultados. Analisa a experiência de um grupo de universitários negros e indígenas, que foram dos primeiros a ingressar na UFRGS através da reserva de vagas. Ao final, aponta os significados das políticas de inclusão de negros e indígenas nas universidades públicas brasileiras e os desafios que elas representam para essas instituições.

Keywords