Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Feb 2023)

Análise de custo–minimização da troca entre imunoglobulinas intravenosas e subcutâneas em terapias de reposição de sistema de saúde suplementar

  • Harli Pasquini Netto,
  • Yohanna Ramires,
  • Jolline Lind,
  • Bianca Fontana Aguiar,
  • Moacir Pires Ramos,
  • Jaime Luis Lopes Rocha

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2019.v4.s1.p.23
Journal volume & issue
Vol. 4, no. s.1

Abstract

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Introdução: A terapia de reposição de imunoglobulina G (IgG) é indicada no tratamento de adultos e crianças com imunodeficiência primária e outras condições médicas. A administração de IgG pode ser por via intravenosa (IVIg) ou por subcutânea (SCIg). Essa segunda via ainda possui dois métodos de infusão: por bomba de infusão (BI) e rapid push (RP). Objetivo: avaliar o impacto financeiro a partir de análise de custo-minimização, das versões intravenosa e subcutânea da IgG, além dos métodos BI e RP, em uma operadora de plano de saúde com mais de 500.000 vidas em Curitiba, Paraná. Metodologia: estudo retrospectivo e descritivo, seguido de análise de custo-minimização entre os beneficiários que fizeram uso de IgG, de primeiro de janeiro de 2018 a 31 de maio de 2019 (17 meses), através de dados secundários extraídos do sistema informatizado da operadora. Avaliou-se possível permuta entre as drogas (Flebogamma®, Endobolin kiovig®, Hyqvia®, Hizentra® e Gammanorn®), vias (IV e SC) e métodos de infusão subcutâneos (bomba e RP) a fim de descrever a economia da hipotética substituição. Estabeleceram-se como critérios de exclusão o pagamento indevido da tecnologia, não pagamento, glosas justificadas e liberações com volume de IgG maiores que 50 mL. Após exclusão, calcularam-se despesas individuais e totais de Ig através dos custos das apresentações. Custos diretos e indiretos de materiais, serviços e instalações envoltos no cuidado foram incorporados ao cálculo. As análises econômicas foram conduzidas através do software Excel®, versão 2007. Resultados: em média, anualmente, foram pagos 43.545.882 mg de Flebogamma®, 28.860.000 mg de Endobolin kiovig® 10%, 63.529 mg de Hyqvia® e 1.411 mg de Hizentra®. Nenhuma liberação foi excluída pelos critérios supracitados. A análise econômica identificou o custo direto de R$ 23.944.671,30, que excluem valores de taxas de infusão, serviços e internação. Quando aplicada a mudança hipotética para Gammanorn®, o qual apresentou o menor custo por mg (R$/mg), a redução de custo (direto e indireto) é de até, comparado ao Flebogamma®, R$ 8.677.812,40, para uso do método RP; R$ 4.684.382,29 (BI), para Endobolin Kiovig®; e para o Hyqvia®, R$ 8.502,77 (BI). O Hizentra® foi utilizado apenas uma vez no período analisado, por isso não foi considerado na análise de custo-minimização. Se considerar apenas os custos indiretos, como taxas de sala e taxas de planejamento e administração do medicamento, pode-se economizar entre R$ 134.032,64 a R$ 454.610,24, dependendo da permuta entre vias e método de infusão utilizado (RP ou BI). Conclusão: a análise econômica no tratamento com imunoglobulinas G mostra-se extremamente relevante, pois contribui com o melhor uso da terapêutica de custo elevado garantindo a sustentabilidade do sistema de saúde. Imunoglobulinas G subcutâneas, tanto por bomba infusora quanto por método RP, apresentam-se como uma opção custo-minimizatória em comparação com o tratamento referência para saúde suplementar.