Artefilosofia (Sep 2020)

As metamorfoses que o amor provoca

  • Márcio Jarek,
  • Raquel Aline Zanini,
  • Alessandro Vorussi Corrêa

Journal volume & issue
Vol. 15, no. 29

Abstract

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O presente trabalho tem por objetivo abordar, de modo amplo, alguns aspectos da relação “porosa” entre o filósofo alemão Walter Benjamin (1892-1940) e a atriz e dramaturga letã Asja Lacis (1891-1979). Nos valemos do conceito de porosidade, criado pela própria dupla em 1924, para caracterizar a interpenetração de temas afetivos, acadêmicos, políticos e artísticos que vieram a produzir metamorfoses na obra e no pensamento de Benjamin e que trazem a presença, muitas vezes negligenciada, de Lacis. Objetivamos, com destaque, defender que, muito mais do que a fama de amante do filósofo e de responsável pelo contato deste com o comunismo e com Bertolt Brecht (1898-1956), é a partir da relação com a artista revolucionária letã que se constitui, desde a segunda metade dos anos 1920, um Benjamin muito mais “feminino” e com olhar renovado para temas, que se interpenetram, como infância, educação, cidade, política, técnica e arte contemporânea (com destaque para o teatro).

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