Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (Aug 1984)

O efeito da infecção por Schistosoma mansoni na morbidade infantil no Estado da Bahia, Brasil: I — Análise do nível ecológico The effect of Schistosoma Mansoni infection on child morbidity in the state of Bahia, Brazil: I— analysis at the ecological level

  • Mauriclo L. Barreto,
  • Sebastião Loureiro

Journal volume & issue
Vol. 26, no. 4
pp. 230 – 235

Abstract

Read online

Esta investigação foi levada a efeito em 10 pequenas cidades do Estado da Bahia (Nordeste do Brasil), escolhidas através de um processo amostrai. O objetivo foi estudar as correlações entre as prevalências de hepatomegalia e esplenomegalia, em diferentes áreas, com a prevalência e a intensidade da infecção pelo S. mansoni nas mesmas áreas. Nossas conclusões são: a) a morbidade esquistossomótica (prevalências de hepatomegalia e esplenomegalia) foi diretamente correlacionada com a prevalência e a intensidade da infecção; b) a intensidade da infecção (medida pelo número de ovos nas fezes) mostrou ser um bom indicador do grau de morbidade, explicando a variação da morbidade entre as áreas melhor que a prevalência da infecção; c) a prevalência de esplenomegalia e o tamanho médio do fígado abaixo do rebordo costal na linha me dio-esternal são bom indicadores da prevalência e da intensidade da infecção pelo S. mansoni na comunidade. Nossas conclusões trazem a possibilidade da construção de equações de regressão definitivas entre indicadores de morbidade e indicadores de infecção, de tal forma que o valor de um possa ser usado para predizer o valor do outro.This investigation was carried out in 10 small towns of the State of Bahia (Northeastern Brazil). The objective was to study the correlations between the prevalences of liver and spleen enlargment in different areas and the prevalence and intensity of Schistosoma mansoni infection in the same areas. Our conclusions are that: a) schistosomiasis mansoni morbidity (prevalences of hepatomegaly and splenomegaly) was directly correlated to the prevalence and intensity of infection; b) the intensity of infection of a community is a good indicator of morbidity and explain the morbidity variation between areas better than the prevalence of infection; c) the prevalence of splenomegaly and the mean size of the liver in the mid-sternal line appear to be good indicators of the S. mansoni prevalence and intensity of infection in a community. Our conclusions raised the possibility of construction of definitive regressions equations between indicators of morbidity and indicators of infection, so that the value of one could be used to predict the other.