Psicologia & Sociedade (Apr 2008)

Nem criadores, nem criaturas: éramos todos devires na produção de diferentes saberes Nor creators, nor creatures: we were becoming in the productions of different knowledges

  • Eduardo Antonio de Pontes Costa,
  • Cecília Maria Bouças Coimbra

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-71822008000100014
Journal volume & issue
Vol. 20, no. 1
pp. 125 – 133

Abstract

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O presente trabalho fala de um relato sobre os jovens pobres inscritos em uma experiência de formação profissional em uma unidade militar no Rio de Janeiro. Pretendemos apontar como a instauração de uma pesquisa em devir, implicada com outro modo de conhecer, era a expressão das rupturas, das intensidades, dos atravessamentos, da recusa à neutralidade, sobre o saber e o fazer da psicologia e da educação, e que nos constituía no instante da pesquisa. Tomamos, como referente na produção de um modo sensível de pesquisar, alguns conceitos-ferramentas da Análise Institucional, fundamentais para pôr em análise este estabelecimento militar que atravessa e produz um "modo-jovem-trabalhador". Destacamos, expressivamente, que a produção de conhecimento se deu no momento em que tentávamos desconstruir saberes e práticas que os jovens experimentavam no projeto, objetivando potencializar sentidos múltiplos, diversos, a partir do diálogo, da experiência e dos encontros potentes com eles. O diário de campo, uma das ferramentas da Análise Institucional, ao traduzir o cotidiano denso trazido pelos jovens, nos permitiu o registro de memória sobre tantas vidas, não apenas a nossa, também a dos educadores e a dos responsáveis pelo projeto.The present work discusses a report on poor youngsters registered in a vocational training experience at a military unit in Rio de Janeiro. We intend to show how the instauration of a research, implied with another manner of knowing, was the expression of ruptures, intensities, de-centering, refusal of neutrality, about the knowing and making of psychology and education, and which constituted us as the research was carried out. As reference in the production of a sensitive way of doing research, we use some concept-tools from Institutional Analysis to analyze this military academy that de-centralizes and produces "young-worker-mode". Highlighting, expressively, that the production of knowledge occurred when we attempted to deconstruct knowledge and practices which the youngsters experimented in the project, aimed to potentialize multiple and diverse meanings, on the basis of dialogue, experience and the potent meetings we had with them. The field notebook, one of Institutional Analysis' tools, by registering the dense daily life of youngsters, enabled us to record the memory of so many lives, not only ours, but of the educators too and of those in charge of the project.

Keywords