Sağlık Akademisi Kastamonu (Oct 2022)

VISITA ESTENDIDA EM UMA UTI GERAL NO CONTEXTO PANDÊMICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

  • Taisa Barreto Curcino Leão,
  • Nília Maria Brito Lima Prado,
  • Mariá Lanzotti Sampaio,
  • Cláudia Jesus Pinheiro,
  • Ana Paula Malheiros Vilas Boas De Sá,
  • Jamily Cerqueira Etinger Almeida Novais

DOI
https://doi.org/10.25279/sak.1138930
Journal volume & issue
Vol. 7, no. Special Issue
pp. 205 – 206

Abstract

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Introdução: O expressivo aumento de internações hospitalares e a necessidade de distanciamento social decorrentes da pandemia por COVID-19 provocaram mudanças na lógica organizativa dos hospitais. A restrição de visitas e acompanhamentos em todos os setores da instituição foi uma das medidas adotadas para mitigar o contágio pelo vírus. Em que pese a importância das medidas, a nova realidade promoveu impactos negativos à saúde mental de pacientes internados nas UTIs e de seus familiares. Apesar da ampla utilização de Tecnologias da Comunicação e Informação (TICs) para aproximação de pacientes e familiares, alguns casos demandam flexibilização do acesso de familiares ao ambiente hospitalar e, até mesmo, extensão do tempo de permanência nas UTIs para reduzir os danos à saúde mental. Objetivo: Descrever a experiência de visita estendida implementada em uma UTI geral no contexto de pandemia de Covid-19. Método: trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de caso, desenvolvido através da experiência de psicólogas que atuam em uma UTI de um hospital do sudoeste baiano. A UTI em questão é composta por 20 leitos, dividido em dois lados (A e B). O hospital atende aproximadamente 72 municípios pactuados na micro e macrorregião, sendo referência na região. Resultados: O estabelecimento de visitas estendidas ocorre a partir da avaliação de múltiplos elementos por parte da equipe de psicologia e multiprofissional da unidade. Inicialmente realiza-se a avaliação psicológica dos pacientes e familiares por parte da psicóloga da unidade e a articulação em equipe multiprofissional com vistas a avaliar aspectos como diagnóstico, condição sociodemografica, bem como necessidades e benefícios da visita. Posteriormente, avalia-se o desejo dos atores envolvidos e o grau de vinculação e disponibilidade dos visitantes. A partir das observações empíricas associadas aos dados da literatura, estabeleceu-se prioridade aos pacientes com quadro de delirium, além de ansiedade, agitação e depressão intensa, visto que demandam maior presença dos familiares. A partir da observação acerca dos impactos de cada visita, é traçada uma programação singularizada que leve em conta a complexidade e múltiplas demandas emergentes para definição de tempo, turno e necessidades específicas, como por exemplo a liberação de familiares no horário do almoço para pacientes com recusa alimentar, etc. Como medida protetiva, são disponibilizados todos equipamentos de proteção individual utilizados pela equipe de saúde e os familiares são treinados e acompanhados por um profissional da equipe para paramentação e desparamentação. Como impactos desta modalidade de visita foram observados redução dos quadros de sofrimento mental, melhora da adesão ao tratamento, aumento da confiança na equipe e melhorias na compreensão do quadro clínico. Conclusão: A modalidade de visita estendida tem se estabelecido como importante estratégia para promover melhorias na experiência de pacientes e familiares, contribuindo assim para humanização do cuidado. Aponta-se para necessidade desta discussão ser sistematizada e compor as políticas internas da instituição.

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