Revista Brasileira de Linguística Aplicada (Jan 2011)

Spoken corpora and pragmatics Corpora orais e pragmática

  • Massimo Moneglia

DOI
https://doi.org/10.1590/S1984-63982011000200009
Journal volume & issue
Vol. 11, no. 2
pp. 479 – 519

Abstract

Read online

The goal of this paper is to present arguments in favour of two points related to the study of oral corpora and pragmatics: a) at the level of annotation, corpora must ensure the parsing of the speech flow into utterances on the basis of prosodic cues and provide an easy access to the acoustic source; b) at the level of sampling, corpora must ensure the maximum representation of context variation, rather than speaker variation. We will present the reasons which support the very basic prosodic annotation of speech (prosodic boundaries) as a means to obtain relevant data from the speech flow. Starting from our present knowledge about the distribution of speech acts types in spoken corpora, we will present the reasons why building corpora in accordance to a context variation strategy should expand our knowledge of pragmatics. Additionally, we will claim that prosody is the necessary interface between locutive and illocutive acts and we will show that a deeper prosodic analysis is necessary to grasp unknown speech act types from language usage. Finally, we will briefly sketch the main assumptions of the Language into Act Theory (CRESTI, 2000) which is dedicated to the link between prosody and pragmatics and helps make explicit core aspects of pragmatic knowledge.O objetivo deste artigo é apresentar argumentos favoráveis a dois pontos relacionados ao estudo de corpora orais e pragmática: a) no nível da anotação, os corpora devem garantir o processamento do fluxo discursivo em enunciados, baseando-se em chaves prosódicas, e oferecer fácil acesso aos arquivos de som; b) no nível da amostragem, os corpora devem garantir a representatividade máxima de variação contextual, ao invés de variação de falantes. Apresentaremos os motivos que sustentam a escolha das fronteiras prosódicas como o referencial básico para a anotação prosódica da fala, como uma forma relevante de se obterem dados importantes do fluxo discursivo. Partindo do nosso conhecimento atual sobre a distribuição tipológica de atos de fala em corpora orais, apresentaremos as razões pelas quais a construção de corpora de acordo com a estratégia da variação contextual deve expandir o nosso conhecimento sobre pragmática. Adicionalmente, defenderemos que a prosódia é a interface necessária entre atos locutórios e ilocutórios e mostraremos que uma análise prosódica mais profunda é necessária para que se obtenham atos de fala desconhecidos a partir do uso da língua. Por fim, esboçaremos rapidamente os principais pressupostos da Teoria da Língua em Ato (CRESTI, 2000), a qual se debruça sobre a ligação entre a prosódia e a pragmática e auxilia na explicitação dos principais aspectos do conhecimento pragmático.

Keywords