Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2023)

Prática da assistência farmacêutica na farmácia em uma Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) com uso do trastuzumabe.

  • Márcia Moraes Paulino Silva,
  • Aline Farias Ribeiro,
  • Gessica Teixeira Silva,
  • Karine Moreira Gomes,
  • Kézia Rayane Paulino Silva,
  • Erica Tássia Carvalho Cardoso,
  • Annie Elisandra Mesquita Oliveira

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2023.v1.s2.p.73
Journal volume & issue
Vol. 8, no. s. 2

Abstract

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Introdução: A Assistência Farmacêutica (AF) é parte integrante dos processos de atenção à saúde em todos os níveis de complexidade, consiste em ações efetivas e seguras voltadas ao medicamento e produtos para a saúde. O medicamento trastuzumabe é indicado para terapia antineoplásica do câncer de mama (CM) HER-2+, sua compra para o Sistema Único de Saúde é centralizada pelo Ministério da Saúde (MS) e distribuído às Secretarias de Estado da Saúde, para envio aos UNACONs. A estruturação da AF na oncologia está atrelada à organização das rotinas na farmácia, considerando as dificuldades de acesso e a necessidade do início imediato do tratamento com trastuzumabe. Objetivos: Avaliar a farmacoeconomia da AF na farmácia da UNACON e as rotinas estabelecidas para a demanda de início de tratamento com trastuzumabe em pacientes HER-2+ como condição norteadora. Material e Método: Estudo transversal retrospectivo, realizado na Farmácia da UNACON em um hospital universitário de Belém-PA. Foram mensuradas as frações não utilizadas na manipulação do medicamento trastuzumabe considerando a estabilidade físico-química e os lotes de fabricação, acondicionados em refrigeração de 2ºC a 8ºC, conforme instruções do fabricante. Resultados: O volume das frações não utilizadas na manipulação do medicamento trastuzumabe gera economia para o serviço. Os pacientes são agendados para início de tratamento considerando o volume das frações armazenado na farmácia. O tratamento para os pacientes que fazem uso do trastuzumabe geralmente é iniciado após o processo de validação da solicitação e envio pelo MS, o que pode demorar de 30 a 60 dias, mas com o reaproveitamento das frações não utilizadas, por utilizar técnica asséptica na manipulação e acondicionamento de acordo com as instruções do fabricante, a farmacoeconomia se alia à farmácia assistencial e consegue atender aos pacientes que precisam iniciar o tratamento de imediato, sem prejuízo algum aos demais pacientes e ainda gerando redução do descarte de medicamentos. Constatou-se o comprometimento nas práticas adotadas pelos farmacêuticos, com destaque para: o monitoramento das frações não utilizadas de trastuzumabe, reduzindo desperdício por serem estáveis e o agendamento por medicamento com auxílio da equipe de enfermagem e prescritores. Essas estratégias se mostraram efetivas a curto e médio prazo, colaborando para farmacoeconomia e otimizando o tempo de início de tratamento dos pacientes, diminuindo o risco de agravo em sua condição de saúde. Discussão e Conclusões: A farmacoeconomia utilizada na manipulação do medicamento trastuzumabe se mostrou eficiente em demonstrar a otimização do uso, com resultados favoráveis relacionados ao tempo para o início do tratamento, além de demonstrar que as práticas adotadas pela farmácia garantem o cumprimento dos objetivos prestados pela assistência farmacêutica na Unidade de Oncologia, tendo como destaque a gestão e o monitoramento das frações não utilizadas na manipulação para otimização da farmacoterapia do paciente.

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