Revista Portuguesa de Cardiologia (Feb 2024)
Characterization of cardiac arrhythmias and maternal–fetal outcomes in pregnant women: A prospective cohort study
Abstract
Introduction and Objectives: Cardiovascular disease is a common cause of morbidity and mortality in pregnant women. Arrhythmias are common complications during pregnancy; however, the data are limited. Our goal was to characterize the epidemiology, clinical presentation, and impact of cardiac arrhythmias on maternal–fetal outcomes. Methods: A prospective cohort study from the Colombian Registry of Pregnancy and Cardiovascular Disease was carried out from 2016 to 2019. All patients with tachyarrhythmia or bradyarrhythmia and a minimum follow-up of six months after delivery were included. The primary outcome was a composite of cardiac events defined as pulmonary edema, symptomatic sustained arrhythmia requiring specific therapy, stroke, cardiac arrest, or maternal death. Secondary outcomes were other cardiac, neonatal, and obstetric events. Results: Arrhythmias were the most common cause of referral to our dedicated cardio-obstetric clinic. A total of 92 patients were included, mean age 27 ± 6 years; 8.7% had previous structural heart disease, and cardiology consultation was delayed in 79.4%. The most common arrhythmias were premature ventricular contractions (33%) and paroxysmal reentrant supraventricular tachycardias (15%); 11 patients (12%) had cardiac implantable electronic devices. Cardiac events occurred in 18.4% of patients, obstetric events occurred in 6.5%, and one caesarean was indicated in the context of symptomatic severe mitral stenosis. Adverse neonatal outcomes were observed in 24.3% of newborns. Conclusions: Arrhythmias were the most common cause of referral to a dedicated cardio-obstetric clinic; most had a benign course. Adverse maternal cardiovascular outcomes were significant and there was a high rate of obstetric and neonatal adverse events, underlining the importance of multidisciplinary care. Resumo: Introdução e objetivos: As doenças cardiovasculares são uma causa comum de morbidade e mortalidade em mulheres grávidas. As arritmias são complicações comuns durante a gravidez; no entanto, há dados limitados. O nosso objetivo foi caracterizar a epidemiologia, a apresentação clínica e os desfechos das arritmias cardíacas nos desfechos materno-fetais. Métodos: Coorte prospetiva do Registo de Gravidez e Doenças Cardiovasculares (REMEC) foi realizada entre 2016 e 2019. Foram incluídas todas as pacientes com taquiarritmia ou bradiarritmia e seguimento mínimo de seis meses após o parto. O desfecho primário foi um composto de eventos cardíacos definidos como edema pulmonar, arritmia sustentada sintomática que requer terapia específica, acidente vascular cerebral, parada cardíaca ou morte materna; os desfechos secundários incluíram outros eventos cardíacos, neonatais e obstétricos. Resultados: Foram incluídas 92 pacientes, a média de idade foi de 27 (± 6) anos, 8,7% apresentavam cardiopatia estrutural prévia e 79,4% tiveram atraso na consulta de cardiologia. As arritmias mais comuns foram contrações ventriculares prematuras (33%) e taquicardias supraventriculares reentrantes paroxísticas (15%); 11 pacientes (12%). Tinham dispositivos cardíacos eletrónicos implantáveis. O eventos cardíacos estiveram presente em 18,4%. Intercorrências obstétricas ocorreram em 6,5% das pacientes, sendo indicada uma cesariana no contexto de estenose mitral grave sintomática. Desfechos neonatais adversos estiveram presentes em 24,3% dos recém-nascidos. Conclusões: As arritmias são a causa mais comum de encaminhamento para uma clínica cardio-obstétrica dedicada; a maioria delas tem um curso benigno. Desfechos cardiovasculares maternos adversos foram significativos e uma taxa importante de eventos adversos obstétricos e neonatais, destacando a importância do cuidado multidisciplinar.