Revista Portuguesa de Farmacoterapia (Oct 2015)

PRESCRIÇÃO DE ANTIPALÚDICOS AOS PACIENTES DO HOSPITAL JOSINA MACHEL. JANEIRO-JULHO DE 2014

  • João Fernandes Mateus Sebastião,
  • Moura Boaventura,
  • Lara Fernández Héctor,
  • Vladimir Calzadilla Moreira,
  • Lúcia Gomes Fraga

DOI
https://doi.org/10.25756/rpf.v7i3.11
Journal volume & issue
Vol. 7, no. 3

Abstract

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A malária constitui o principal problema de saúde pública em Angola, sendo a primeira causa de morbilidade e mortalidade. O uso não adequado dos antipalúdicos pode levar, entre outros problemas, ao incremento da resistência e à ocorrência de reações adversas, com desfavorável repercussão para os pacientes e para o sistema de saúde. Com o objetivo de avaliar a qualidade de prescrição de antipalúdicos, realizou-se um estudo observacional, descritivo e transversal, do tipo dos estudos de utilização de medicamentos (EUM), em pacientes internados no Hospital Central Josina Machel com diagnóstico confirmado de malária. Este estudo de indicação-prescrição foi efetuado de janeiro a julho de 2014, numa amostra de 151 doentes internados nos serviços de medicina e terapia. A adequação da prescrição foi avaliada em função das características clínicas do paciente e da terapêutica instituída (fármaco, dose, intervalo e duração do tratamento), utilizando como padrão o guia terapêutico do Programa Nacional de Controlo da Malária em Angola. Registou-se uma prevalência elevada de uso inadequado de antipalúdicos, observada em 70 dos 151 doentes estudados (46,4 por cento). Este facto ocorreu mais frequentemente nos casos de malária complicada e entre os doentes internados no serviço de medicina. As causas mais frequentes de uso inadequado dos antipalúdicos foram a «combinação imprópria ou não necessária» e o «emprego não apropriado para esse uso». Os antipalúdicos mais utilizados de forma inadequada foram o quinino EV e o arteméter IM.

Keywords