Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

ESTUDO COMPARATIVO DE DADOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS DE PACIENTES COM LLA EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA

  • DE Carvalho,
  • ACAMVF Medeiros,
  • LDP Santana,
  • MLV Montenegro,
  • DM Luna,
  • RC Braga,
  • MV Montenegro,
  • LCC Furtado,
  • EPL Rodrigues,
  • MTC Muniz

Journal volume & issue
Vol. 45
pp. S265 – S266

Abstract

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Objetivos: O diagnóstico de neoplasias hematológicas, como a Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA), envolve a caracterização citomorfológica, citoquímica, imunofenotípica e genética do paciente. O mielograma é um exame importante ao diagnóstico da LLA, pois permite avaliar o aspecto morfológico das células do sangue. O presente estudo buscou comparar a citomorfologia das lâminas de mielograma e os dados clínicos de pacientes com LLA e do grupo controle. Material e métodos: Estudo comparativo da análise citomorfológica de lâminas de Mielograma, através da Microscopia Óptica, e dos prontuários de pacientes que atenderam aos critérios de inclusão. Pacientes com LLA corresponderam ao grupo experimental e aqueles com Leucemia Mieloide Aguda ou com medula normal formaram o grupo controle. Os dados do mielograma, do hemograma, da imunofenotipagem e dos prontuários foram analisados pelo software Data-Centric AI Summit. Ao final do processamento, o software elaborou a ferramenta Matriz de Confusão. Resultados: Selecionou-se 44 medulas de LLA, 35 de LMA e 21 normais provenientes de 73 pacientes diferentes, com 27 medulas de pacientes repetidos. 48 das lâminas foram hipercelulares, 42 hipocelulares e 10 normocelulares, o que indica que pacientes mielodisplásicos e saudáveis podem apresentar alterações na quantidade celular. 62 lâminas de pacientes do sexo masculino e 38 do sexo feminino tiveram diagnóstico sugerido pela microscopia. Para análise do sangue periférico, o primeiro hemograma dos pacientes foi escolhido para correlacionar com o mielograma. Em 76 pacientes, a quantidade de hemácias estava abaixo da referência, em 14 estava dentro da referência, e em 2, estava acima da referência. Em 41 pacientes havia anisocitose, 24 normocitose, 23 microcitose e 3 macrocitose. Em 77 pacientes havia anemia associada e 21 não a apresentavam. Observou-se como alterações diseritropoiéticas binucleação, displasia e pecilocitose no mielograma. Em 55 pacientes havia trombocitopenia, em 29 a quantidade era normal e em 5 pacientes havia trombocitose. Na ferramenta matriz de confusão, a febre foi o sintoma mais presente devido às infecções frequentes e a dor relacionou-se com a presença de linfonodomegalias. Discussão: A celularidade medular se correlacionou com o diagnóstico microscópico da LLA e com uma maior incidência de óbito entre os pacientes. Neste trabalho, a solicitação de exames correlacionou-se mais com o tipo de medula, a sugestão diagnóstica e o desfecho clínico dos pacientes. Houve associação importante entre sexo, variáveis de imunofenotiplagem e prognóstico, corroborando com o achado de diferentes estudos que apresentaram valores semelhantes referentes às maiores proporções da LLA em homens. A LLA pode cursar com anemias normocíticas e normocrômicas, trombocitopenia, leucocitose ou leucopenia. Foi visto que, no grupo experimental, a leucopenia e a trombocitopenia foram mais prevalentes e estiveram mais relacionadas com o número de óbitos. Conclusão: Leucopenia e trombocitopenia podem ser parâmetros preditores de pior prognóstico da LLA, o que permitiria uma intervenção precoce do quadro, contribuindo para menor morbimortalidade. Confirmou-se, também, a predominância de LLA em homens, como encontrado na literatura. Por fim, febre e dor se instauraram como importantes sintomas para a suspeição clínica e, dessa forma, para o diagnóstico da doença.