DST (Apr 2003)

Rastreamento de câncer de colo uterino em São Paulo

  • Cecília M Roteli-Martins,
  • Adhemar L Filho,
  • Janice O Galvane,
  • Edson Z Martinez,
  • Celso di Loreto,
  • Maria Lúcia Utagawa,
  • Fernanda C Arlindo,
  • Sonia Maria M Pereira,
  • Laura M Martins,
  • Janaína E Pittoli,
  • Sonici F Figueiredo,
  • Luciana S Aguiar,
  • Marina Y S Maeda,
  • Kari J Syrjãnen

Journal volume & issue
Vol. 15, no. 4

Abstract

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Introdução: Nas últimas décadas, o papel do HPV tem sido intensamente estudado devido à sua íntima associação com a gênese de uma série de car­ cinomas; principalmente com relação aos do trato genital feminino. Objetivo: descrever resultados preliminares do estudo LAMS em um dos centros do Brasil. O principal objetivo do estudo LAMS é verificar a aplicabilidade de diferentes ferramentas para rastreamento de lesões pré-neoplásicas e neoplásicas do colo uterino em dois países da América Latina. Métodos: este trabalho, está sendo realizado na cidade de São Paulo, que é um dos quatro centros brasileiros. Foram recrutadas 3.000 mulheres, entre fevereiro de 2002 e março de 2003, que atenderam à chamada para realização de exames de prevenção do câncer do colo uterino. Após assinarem o consentimento pós-informado e responderem um questionário, foram submetidas a um exame pélvico que incluiu a inspeção visual com ácido acético a 5%, Papanicolaou (convencional ou de base líquida) e captura de híbridos II (Digene do Brasil). Todas as mulheres com um dos testes positivos c 5% das com testes negativos, foram convidadas para colposcopia com biópsia dirigida, se indicada. Resultados: do total de exames de Papanicolaou, 92% foram considerados normais, 7% com alterações, sendo ASCUS (4,2%), lesões de baixo grau (1,4%) e lesões de alto grau (0,57%). Foram encontrados 2 casos de lesões invasoras. 13% das mulheres tiveram VIA anormal e 4 casos foram sugestivos de câncer. A captura de híbridos II foi realizada em 1.040 mulheres, sendo positiva em 17,5%, tanto por autocoleta quanto por amostra coletada clinicamente. O teste de VIA foi anormal em 14% dos esfregaços considerados normais e em 23% dos alterados. A colposcopia e a biópsia apresentaram uma diferença estatisticamente significativa com relação aos resultados positivos da citologia e da captura de híbridos (p < 0,01). Conclusão: Esta fase inicial de recrutamento do projeto, em São Paulo, será a base, juntamente com os outros centros, para o desenvolvimento de estratégias para controle do câncer do colo uterino em regiões de poucos recursos.

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