Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
FENÓTIPOS SANGUÍNEOS RAROS E OS DESAFIOS PARA A HEMOTERAPIA
Abstract
Introdução: A identificação de fenótipos sanguíneos raros é crucial para garantir transfusões seguras e eficazes, especialmente em pacientes com necessidades transfusionais frequentes. Estes fenótipos, presentes em uma pequena porcentagem da população, podem causar dificuldades na busca de doadores compatíveis, aumentando o risco de reações adversas e aloimunização. A literatura destaca a importância de bancos de sangue especializados e estratégias para a identificação e manejo desses fenótipos. Estudos recentes em diferentes regiões do Brasil, incluindo São Paulo e o sul do país, evidenciam a variabilidade e a necessidade de um banco de dados nacional para melhor atender às necessidades transfusionais. Objetivos: Identificar e analisar a importância de fenótipos sanguíneos raros em doadores de sangue e seu impacto nas práticas de transfusão. Métodos: Foi realizada uma revisão bibliográfica de artigos publicados entre 2015 e 2024, utilizando bases de dados como Google Scholar e PubMed. Resultados: Foram encontrados artigos que abordam a identificação e manejo de fenótipos raros em diferentes regiões do Brasil, como São Paulo e o sul do país. Os estudos destacam a importância da fenotipagem sistemática em doadores de sangue, a necessidade de bancos de sangue especializados e a criação de uma rede nacional de dados para otimizar as práticas transfusionais. Discussão: A identificação de fenótipos raros é um desafio contínuo, mas essencial para a medicina transfusional. No hemocentro de Ribeirão Preto, foram documentados vários casos de fenótipos raros, destacando a necessidade de um banco de dados específico. A proposta de um guia nacional para a implementação de bancos de sangue com fenótipos raros visa padronizar e otimizar a identificação e o manejo destes casos. A pesquisa de Cardoso e Vizzoni (2024) enfatiza a importância da fenotipagem sistemática em doadores de sangue para prevenir reações hemolíticas e a aloimunização. Alvarenga et al (2023) discutem o manejo de sangue raro no interior de São Paulo, ressaltando os desafios logísticos e a necessidade de colaboração interinstitucional. Estudos no sul do Brasil (2020) também evidenciam a prevalência de fenótipos raros e seu impacto no suporte transfusional. A implementação de bancos de sangue especializados e a criação de redes nacionais são apontadas como soluções eficazes para melhorar o atendimento transfusional. Conclusão: A identificação e manejo de fenótipos sanguíneos raros são cruciais para a segurança transfusional. A criação de bancos especializados, a fenotipagem sistemática e a colaboração entre centros de hemoterapia são estratégias fundamentais para mitigar riscos transfusionais. A revisão destaca a necessidade de políticas públicas e investimentos em infraestrutura para suportar essas práticas, assegurando a compatibilidade sanguínea e a segurança dos pacientes.