Interface: Comunicação, Saúde, Educação (Jun 2024)

“Eu vivo num mundo muito burguês, não moro na periferia”: não vacinação infantil e a intersecção entre raça, classe e gênero

  • Camila Carvalho de Souza Amorim Matos,
  • Jeane Saskya Campos Tavares,
  • Marcia Thereza Couto

DOI
https://doi.org/10.1590/interface.230492
Journal volume & issue
Vol. 28

Abstract

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O artigo analisa como os marcadores raça, gênero, classe social e espacialidade se interseccionam e se refletem nas tomadas de decisão em saúde, mais especificamente na (não) vacinação infantil. Trata-se de pesquisa qualitativa conduzida nas cidades de Florianópolis (SC) e São Luís (MA), Brasil, com famílias com crianças de até seis anos de idade. Neste artigo, examinam-se, por meio de análise temática, as narrativas das/dos 19 responsáveis de Florianópolis que optaram por não vacinar total ou parcialmente a(s) criança(s) sob sua responsabilidade. Gênero revela-se um importante marcador na tomada de decisão no âmbito intrafamiliar, enquanto classe social, raça e espacialidade surgem como importantes marcadores na percepção de quem são os “nós” que não precisam das vacinas e os “outros” que precisam. Os achados são discutidos pelo referencial da interseccionalidade e de estudos teóricos sobre branquitude e parentalidade neoliberal.

Keywords