Revista Portuguesa de Cardiologia (Jan 2021)
Cardiac rehabilitation in older patients: Indication or limitation?
Abstract
Objective: To assess the clinical impact of a cardiac rehabilitation program in an older population. Methods: This is a retrospective analysis of 731 coronary patients who attended phase 2 of a cardiac rehabilitation program between January 2009 and December 2016. We compared the response to the program of older (≥65 years) and younger (<65 years) patients, analyzing changes in metabolic profile (including body mass index, waist circumference and lipid profile), exercise capacity, cardiac autonomic regulation parameters (such as chronotropic index and resting heart rate), and health-related quality of life scores. Results: Older patients represented 15.9% of our cohort. They showed significant reductions in waist circumference (male patients: 98.0±7.9 cm vs. 95.9±7.9 cm, p<0.001; female patients: 90.5±11.4 cm vs. 87.2±11.7 cm, p<0.001), LDL cholesterol (102.5 [86.3-128.0] mg/dl vs. 65.0 [55.0-86.0] mg/dl, p<0.001) and triglycerides (115.0 [87.8-148.5] mg/dl vs. 97.0 [81.8-130.0] mg/dl, p<0.001). Post-training data also showed a noticeable improvement in older patients’ exercise capacity (7.6±1.8 METs vs. 9.3±1.8 METs, p<0.001), along with a higher chronotropic index and lower resting heart rate. Additionally, health-related quality of life indices improved in older subjects. However, our overall analysis found no significant differences between the groups in changes of the studied parameters. Conclusion: Older coronary patients benefit from cardiac rehabilitation interventions, similarly to their younger counterparts. Greater involvement of elderly patients in cardiac rehabilitation is needed to fully realize the therapeutic and secondary preventive potential of such programs. Resumo: Objetivos: Avaliar o impacto clínico de um programa de reabilitação cardíaca na população idosa. Métodos: Estudo retrospetivo constituído por 731 doentes com doença coronária, que concluíram a fase II de um programa de reabilitação cardíaca entre janeiro de 2009 e dezembro de 2016. Comparámos a resposta ao programa dos idosos (≥ 65 anos) e dos jovens (< 65 anos), avaliando as alterações no perfil metabólico (incluindo o índice de massa corporal, perímetro abdominal e perfil lipídico), capacidade funcional, parâmetros de função autonómica cardíaca (como o índice cronotrópico e frequência cardíaca em repouso) e qualidade de vida. Resultados: Os idosos representaram 15,9% da população. Estes mostraram uma redução significativa do perímetro abdominal (homens: 98,0±7,9 cm versus 95,9±7,9 cm, p<0,001; mulheres: 90,5±11,4 cm versus 87,2±11,7 cm, p<0,001), bem como uma redução nos níveis de colesterol-LDL (102,5 [86,3; 128,0] mg/dl versus 65,0 [55,0; 86,0] mg/dl, p<0,001) e de triglicerídeos (115,0 [87,8; 148,5] mg/dl versus 97,0 [81,8; 130,0] mg/dl, p<0,001). No fim do programa, os idosos aumentaram a sua capacidade funcional (7,6±1,8 METs versus 9,3±1,8 METs, p<0,001) e o índice cronotrópico e apresentaram uma redução na frequência cardíaca de repouso. Adicionalmente, estes doentes demonstraram um aumento dos índices de qualidade de vida. Comparando os resultados dos dois grupos no fim do programa, não encontrámos diferenças relevantes nas alterações dos parâmetros estudados. Conclusão: Os idosos com doença coronária beneficiam do programa de reabilitação cardíaca e este benefício é equiparável ao encontrado nos doentes jovens. É fundamental aumentar a referenciação deste subgrupo para que estes possam usufruir do potencial preventivo e terapêutico destes programas.