Revista Bioética ()

Limitação terapêutica para crianças portadoras de malformações cerebrais graves

  • Dario Palhares,
  • Íris Almeida dos Santos,
  • Antônio Carlos Rodrigues da Cunha

DOI
https://doi.org/10.1590/1983-80422016243156
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 3
pp. 567 – 578

Abstract

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Resumo As malformações cerebrais congênitas podem se apresentar de forma leve ou grave, podendo ser letais mesmo poucas horas após o nascimento. A partir de levantamento bibliográfico sistemático, verificou-se que, embora em tese sejam eticamente semelhantes suspender e renunciar a tratamento, tal equivalência não é percebida na prática por médicos e enfermeiros assistentes, nem pela população em geral, que tende a aceitar mais confortavelmente a renúncia que a suspensão de tratamentos. O diálogo com os pais é o procedimento que legitima a iniciativa médica de propor limitação terapêutica. Em conclusão, as malformações cerebrais graves resultam em contexto de terminalidade de vida, em que limitação ao suporte respiratório é o principal conflito enfrentado e ao qual se aplicam princípios bioéticos dos cuidados paliativos.

Keywords